Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente da República entre 2003 e 2010, criticou nesta quarta-feira (10/03) Jair Bolsonaro (sem partido), atual chefe do governo federal, no primeiro discurso após recuperar os direitos políticos e se tornar elegível para as eleições gerais de 2022. Para Lula, Bolsonaro não foi eleito “para falar bobagens no fake news”.
“A questão da vacina não é uma questão se tem dinheiro ou se não tem dinheiro. É uma questão se eu amo a vida, ou amo a morte. É uma questão de saber qual o papel do presidente da República no cuidado do seu povo. Porque um presidente da República não é eleito para falar bobagens no fake news, para incentivar compra de armas como se nós tivéssemos necessitando de armas”, afirmou, em pronunciamento nesta quarta, no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, cidade do interior paulista.
“Quem está precisando de armas são as nossas Forças Armadas, é a nossa polícia, que muitas vezes sai para a rua para combater a violência com um 38 velho, todo enferrujado, mas não é a sociedade brasileira. Não são os fazendeiros para matar sem terra ou pequenos proprietários. Não são milicianos que estão precisando de armas para fazer o terrorismo na periferia desse país, para matar meninos e meninas. Sobretudo, meninos e meninas negras que são as maiores vítimas das armas e das balas perdidas desse país”, completou o ex-presidente.
Lula se tornou elegível novamente após o ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), na última segunda-feira (08/03), anular as condenações em processos relacionados à Operação Lava-Jato.
Na decisão favorável a Lula, Fachin alega que a Justiça Federal do Paraná, responsável pelas sentenças, não tem competência para deliberar sobre as investigações do sítio de Atibaia, do triplex do Guarujá, e das doações ao Instituto Lula. A decisão foi tomada monocraticamente.
Os processos de Lula seguem, agora, à Justiça Federal do Distrito Federal, que vai reanalisar os casos e avaliar se parte dos autos confeccionados pela vara de Curitiba poderá ser utilizada.
A defesa de Lula havia pedido habeas corpus sobre as sentenças da Lava-Jato em novembro do ano passado. A solicitação deu origem ao relatório de Edson Fachin.
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