O presidente Jair Bolsonaro enviou a Israel, neste sábado (6/3), uma comitiva do governo composta por 10 membros, chefiada pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, para viabilizar um acordo que permita testes, com a população brasileira, do spray EXO-CD24. O medicamento de aplicação nasal, ainda está em fase inicial de estudos e foi testado em 30 pacientes israelenses. Na agenda dos representantes brasileiros, estão também protocolos de cooperação científica quanto a tecnologia de drogas e vacinas.
Apesar de não ter eficácia comprovada contra a covid-19, o chefe do Executivo, que reconheceu ignorar a composição do fármaco, alega que um paciente hospitalizado ou mesmo intubado "não tem o que perder" ao aderir ao spray "milagroso". Ele tem dito também que enviará à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o pedido de liberação emergencial.
O presidente afirma que divulgará diariamente informações sobre a visita a Israel, que envolve também várias frentes de cooperação entre os dois países relacionadas à tecnologia, especialmente no contexto da saúde. "O objetivo dessa viagem é mais que um intercâmbio. Estamos buscando aqui protocolos, acordos da área de ciência e tecnologia que será muito proveitoso para a questão do momento que vivemos do vírus bem como um legado para o futuro", apontou Bolsonaro em vídeo postado nas redes sociais.
Entre os integrantes da comitiva estão o Secretário de Pesquisa e Formação Científica do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Marcelo Morales e o o Secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos (SCTIE) do Ministério da Saúde, Hélio Angotti Neto. Ainda compõe a delegação o Secretário Especial de Comunicação Social, Fábio Wajngarten, o assessor especial para assuntos internacionais do Planalto, Filipe Martins, os deputados federais Eduardo Bolsonaro e Hélio Negão. O mandatário acompanhou nesta manhã a partida do avião da Base Aérea de Brasília.
O Secretário de Pesquisa e Formação Científica do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Marcelo Morales reforçou que trata-se de um acordo de cooperação. "O objetivo dessa missão é levar nesse acordo de cooperação com Israel toda a área de ciência e tecnologia e da Saúde que nós estamos desenvolvendo no país e em Israel para fazer esse acordo de cooperação em várias áreas do conhecimento, inclusive de medicamentos e também de vacinas que nós estamos desenvolvendo na rede Vírus do Ministério da Ciência e Tecnologia e também do Ministério da Saúde em várias áreas do conhecimento. Esse acordo de cooperação vai ser muito importante para o Brasil porque integra as duas nações em várias áreas do conhecimento para o desenvolvimento de drogas e vacinas", alegou.
Bolsonaro relatou que há ainda vacinas brasileiras em desenvolvimento e questionou a vantagem de se ter um imunizante nacional. Sobre esse ponto, Morales esclarece o panorama das vacinas nacionais, dizendo que das 15 plataformas desenvolvidas, três chegaram a um grau de maturação eu permite início de ensaios clínicos em pacientes ainda em abril. "Uma delas já deu entrada na Anvisa. Então, nós temos a possibilidade de fazer também essa interação com as vacinas que estão sendo desenvolvidas em Israel. Qual a vantagem disso? Se tivermos uma mutação no Brasil, nós dominamos a tecnologia, portanto, podemos mudar rapidamente a vacina adaptando a nova mutação. Isso é uma questão de soberania nacional", destacou.
O Secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos (SCTIE) do Ministério da Saúde, Hélio Angotti Neto, afirmou que a visita poderá render frutos para as próximas gerações. "É um esforço de cooperação internacional de aproximarmos a nossa academia o Brasil de instituições de renome internacional e para deixar um legado para as próximas gerações de saúde, ciência e tecnologia", finalizou.
A previsão de retorno do grupo é na quarta-feira (10/03). Eles deverão participar de encontro com representantes do Centro de Pesquisa e com o primeiro ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
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