A relatora também apontou que a proposta traz como avanço a possibilidade de que parlamentares sejam presos preventivamente. "Precisamos que a prisão preventiva seja possível, o que hoje não é no nosso ordenamento jurídico", comentou.
Opinião pública
Margarete Coelho afirmou que os deputados estão atentos à opinião pública. "Não estamos aqui aldeados ou desatentos. Claro que nós ouvimos o que o povo diz. Estamos em uma época de pandemia, com a sociedade extremamente fragilizada. Não há temas fáceis, mas também não há temas impossíveis", declarou.
A relatora lembrou que a Câmara dos Deputados em nenhum momento negligenciou o debate sobre a pandemia ou temas urgentes para o País. "A pandemia dificultou por estarmos sem as comissões funcionando. A determinação é de trabalhar no sentido do consenso."
Divergências
Vice-líder da Minoria, o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) apoiou a decisão do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de enviar a PEC das Prerrogativas para análise de comissão especial. "Trata-se de mudança constitucional. Precisamos do debate da sociedade", elogiou. "É necessária uma mudança cuidadosa, que não diga respeito a abuso ou cometimento de crimes, mas à defesa do mandato que sofre ataques."
Paulo Teixeira considera natural que haja divergências na discussão da proposta. Ele elogiou a capacidade de diálogo da deputada Margarete Coelho na relatoria da PEC. "Não é fácil fechar em período curto um texto consensual sobre mudança constitucional", ponderou.
Margarete Coelho e Paulo Teixeira também se solidarizaram com o autor da PEC, deputado Celso Sabino (PSDB-PA), que vem sofrendo ataques nas mídias sociais. "Qualquer agressão a ele é agressão ao Congresso Nacional", alertou Paulo Teixeira.
Margarete Coelho citou relatos de que havia postagens em mídias sociais estimulando que a Câmara fosse invadida e os parlamentares espancados. "A democracia não consegue conviver com este tipo de atitude", lamentou.