A manutenção da prisão do deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) foi criticada por sua defesa, mas já era esperada. Os advogados consideraram a audiência de custódia realizada nesta quinta-feira (18/2) como "meramente protocolar" e passaram a apostar definitivamente em uma decisão favorável da Câmara dos Deputados. No início da noite, o deputado foi encaminhado para o Batalhão Especial Prisional em Niterói, unidade que é dedicada à detenção de policiais militares. A transferência ocorreu após agentes da PF encontrarem dois celulares na sala em que o parlamentar estava recolhido na sede da Superintendência da Polícia Federal no Rio.
"A audiência de custódia apenas seguiu o entendimento do STF. Foi meramente protocolar", sustentou o advogado André Rios. "Teve pedido de relaxamento, de medidas cautelares diversas, só que eles só seguiram a orientação do STF. Hoje, o deputado Daniel Silveira só tem o povo ao seu lado."
A busca pelo apoio popular e, principalmente, dos deputados federais também ficou evidente nas alegações de outro advogado de Silveira, Maurizio Spinelli. "Nós tínhamos na audiência de custódia a chance de reparar esse equívoco grave do Supremo Tribunal Federal (STF), com o relaxamento da prisão, e lamentavelmente, foi mantida a ordem de prisão", disse Spinelli.
"(Com a decisão) esse tipo de prisão pode acontecer a qualquer momento, com qualquer um dos deputados, especialmente com a tese inaugurada pelo ministro Alexandre de Moraes, onde segundo ele há uma permanência no flagrante uma vez que o Daniel gravou esse vídeo e fez as declarações que ele fez", declarou o advogado. "A qualquer momento, qualquer deputado que gravar qualquer vídeo com qualquer coisa que não seja do agrado da Suprema Corte, o STF pode decretar a prisão de qualquer parlamentar ou qualquer pessoa."
A Polícia Federal informou na tarde desta quinta, 18, que dois aparelhos celulares foram encontrados no alojamento onde Daniel Silveira ficou detido desde que foi levado à superintendência. Sobre isso, a defesa de Daniel Silveira evitou se aprofundar. "Eu não tenho ciência disso (de como os celulares chegaram até Daniel). Acho que é uma apuração que a própria PF vai fazer", comentou André Rios.