Bolsonaro ocupa espaços de adversários no campo da direita
A nomeação do deputado João Roma (Republicanos-BA) como ministro da Cidadania foi lida por alguns ases da política como uma forma de o presidente Jair Bolsonaro matar dois coelhos numa só cajadada. Primeiro, galvaniza a relação do Republicanos, partido de Flávio e Carlos Bolsonaro, com o governo. Em segundo, o governo acredita que a nomeação de Roma tira fôlego do presidente do DEM, ACM Neto, para a busca de caminhos alternativos rumo a 2022. Luciano Huck, por exemplo, conversa com outras agremiações e o PSDB, dividido, não tem hoje meios de formar uma parceria com o democratas ou outra legenda. Aos poucos, Bolsonaro vai tirando terreno dos adversários do seu campo político.
Entre os fiéis escudeiros do presidente, há, inclusive, quem defenda a vaga de vice para um nome do DEM. Sabe como é: com expectativa de poder, a galera sempre pensa duas vezes antes de se movimentar.
À la Flávio
Da mesma forma que Flávio Bolsonaro saiu do negócio de venda de chocolates para ficar longe de ter que responder sobre as contas da loja, o governo pretende fazer o mesmo na saúde. Há quem diga que, se substituir o ministro Eduardo Pazuello, o Poder Executivo sempre poderá dizer que o problema foi na “administração anterior”.
Tempo & razão
Os governistas consideram que outro ministro renovaria as esperanças de dias melhores em relação à pandemia. Para completar, acredita-se no Planalto, que a população nem vai se lembrar do tal “um manda e o outro obedece”, que o ministro mencionou no passado, referindo-se ao presidente Jair Bolsonaro.
"A missão deste Ministério é não deixar nenhum brasileiro para trás”
Do novo ministro da Cidadania, deputado João Roma (Republicanos-BA), considerado um dos talentos desta Legislatura, que assume com a responsabilidade de reestruturar o Bolsa Família e o novo auxílio emergencial
Preocupante
Desde a instalação desta legislatura, foram 27 servidores diagnosticados com covid-19 na Câmara e oito, no Senado. Sinal de que ainda não dá para relaxar em relação à pandemia. Não por acaso, o presidente Arthur Lira (PP-AL) passou a cobrar que todos os parlamentares usem máscara no plenário.
Curtidas
#ficaadica/ O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR, foto), telefonou para alguns senadores amigos com sugestão de perguntas ao ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. Foi algo como apagar incêndio com querosene.
Por falar em Saúde…/ O deputado tem dito que não quer ser ministro, que já foi e coisa e tal, mas ninguém no Congresso acredita.
Sem festa, mas com irreverência I/ O carnaval virtual não perdeu o bom humor, nem a criatividade. Nas redes e em páginas oficiais de partidos de oposição, como o PCdoB, ganha o mundo a marchinha de Edu Krieger com imagens de Maria Bopp, que começa assim: “Aê Unidos da Cloroquina! Aglomera!”
Sem festa mas com irreverência II/ O refrão já está na boca dos bem-humorados da política, para inveja ao Pacotão, que este ano não sai: “Pega a grana do auxílio/ põe no meio do Centrão/ Deus proteja o filho zero um do capitão/ Se o calor está rachar, o que é que há/ Uma rachadinha não faz mal”.