crise no psdb

Executiva prorroga mandato do presidente do PSDB e frustra Doria

Anúncio feito nesta sexta-feira foi uma resposta a articulações o governador paulista para assumir o comando da sigla em maio próximo e concorrer à presidência da República no ano que vem

A Executiva Nacional do PSDB, reunida nesta sexta-feira (12/2), anunciou, por meio de nota, que Bruno Araújo permanecerá na presidência da legenda até maio de 2022. O comunicado é uma resposta a articulações do governador de São Paulo, João Doria, para assumir o comando da sigla em maio próximo e concorrer à presidência da República no ano que vem.

"Bruno Araújo permanecerá no comando do PSDB até maio de 2022. A decisão unânime da Executiva Nacional do partido referendou ofício assinado pelos presidentes de diretórios estaduais e pelas bancadas na Câmara e no Senado", diz a nota da Executiva Nacional. "Também serão prorrogados os mandatos nos segmentos partidários — PSDB-Mulher, Juventude, Tucanafro e Diversidade Tucana — e no Instituto Teotônio Vilela (ITV), o centro de estudos políticos do PSDB."

A Executiva também garantiu autonomia para que os diretórios estaduais e municipais possam decidir sobre a prorrogação ou não dos mandatos locais.

Após a decisão da Executiva Nacional, que foi referendada em uma reunião virtual, o governador de São Paulo, ao falar com a imprensa sobre as divisões da legenda, pregou "paz, respeito ao contraditório e entendimento".

A crise interna no PSDB começou na segunda-feira (08/2), durante um jantar de João Doria com membros da cúpula da legenda, no Palácio dos Bandeirantes. Na ocasião, aliados do governador apresentaram um plano para que ele assumisse a presidência da sigla, em maio. A ideia era que Doria pudesse unir o PSDB contra o presidente Jair Bolsonaro e se lançar candidato à presidência em 2022.

Em uma das partes mais tensas do jantar, o governador defendeu o afastamento do deputado federal Aécio Neves (MG) do partido. Doria responsabiliza o parlamentar mineiro pela articulação que levou parte da bancada do PSDB na Câmara a votar em Arthur Lira (PP-AL) para a presidência da Casa, quebrando o acordo pelo qual o partido havia anunciado adesão à candidatura de Baleia Rossi (MDB-SP). Apoiado por Bolsonaro, Lira venceu a eleição.

Dentro do partido, a ofensiva de Doria foi considerada desleal e precipitada. Na quarta-feira (10/2), 23 dos 33 deputados federais tucanos, incluindo Aécio, divulgaram nota em apoio à prorrogação dos mandatos do atual presidente do partido, Bruno Araújo, e dos demais integrantes da Executiva Nacional. A emergência da pandemia da covid-19 foi o principal argumento dos parlamentares para defender a não realização da eleição para a presidência da legenda, em maio. Na quinta-feira (11/2), foi a vez de os sete senadores do PSDB fazerem o mesmo, também por meio de um comunicado.

Também na quinta-feira, 21 parlamentares tucanos foram a Porto Alegre para pedir ao governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), que lançasse sua pré-candidatura à presidência da República, em um contraponto a Doria. Leite não só aceitou o desafio como anunciou que percorrerá o país como pré-candidato.

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