INVESTIGAÇÃO

Pazuello depõe na PF nesta quinta sobre crise em Manaus

Titular da pasta da saúde é alvo de uma investigação por supostamente ter se omitido, mesmo sabendo com antecedência da iminente falta de oxigênio, além de ter recomendado uso de medicamentos sem eficácia contra a covid-19

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, vai prestar depoimento na tarde desta quinta-feira (04), à Polícia Federal. A oitiva ocorre no âmbito da investigação aberta para apurar se ocorreu omissão do ministro em relação a crise gerada pela falta de oxigênio em Manaus.

De acordo com fontes ouvidas pelo Correio, na PF e no governo, o depoimento deve ocorrer em um hotel de trânsito, às 14 horas, onde Pazuello mora no Setor Militar Urbano - ele ainda é oficial da ativa do Exército. A investigação corre sob sigilo, e foi solicitada pela Procuradoria-Geral da República.

Dias antes dos estoques de oxigênio acabarem na capital do Amazonas, Pazuello foi até a região e recomendou o uso de medicamentos sem eficácia científica comprovada contra a covid-19. O governo federal também foi avisado com antecedência pela empresa White Martins de que os níveis do gás estavam baixos, enquanto a demanda estava subindo.

Desde a última sexta-feira (29/1), o ministro da Saúde não aparece e nem se pronuncia publicamente. Na ocasião, Pazuello participou da cerimônia de recepção dos profissionais selecionados por meio do programa Mais Médicos para reforçar o atendimento dos pacientes de covid-19 no Amazonas. No mesmo dia, à tarde, retornou a Brasília.

Pazuello também enfrenta problemas com o Tribunal de Contas da União (TCU), que apontou que não há amparo legal no uso de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) na compra de medicamentos à base de cloroquina para o tratamento da covid-19.

O ministro tem até 10 dias úteis, contados a partir de 22 de janeiro, para dar explicações ao TCU sobre o uso de medicamentos ineficazes no tratamento da doença causada pelo novo coronavírus.

Saiba Mais