PODER

Bolsonaro manda recado à oposição: 'Nos encontramos em 2022'

Parlamentares de oposição chamam presidente de "genocida", e ele devolve provocação citando eleições do ano que vem

O presidente Jair Bolsonaro foi bastante prestigiado na sua chegada ao Congresso, ontem, para a abertura do ano legislativo. Houve uma enorme aglomeração entre os parlamentares e ministros de governo que o esperavam próximos ao Salão Negro. Após entrar no plenário da Câmara, contudo, o chefe do Executivo foi vaiado e duramente criticado, especialmente por parlamentares da oposição, que gritaram uma série de insultos contra o mandatário, entre os quais “genocida” e “fascista”.

As ofensas contra Bolsonaro aconteceram no momento em que ele ia iniciar a leitura da mensagem do Executivo ao Parlamento. O presidente não devolveu os ataques, mas parlamentares que apoiam o governo saíram em defesa dele, com gritos de “Mito”. De todo modo, o comandante do Planalto respondeu aos insultos com um “nos encontramos em 22”.

“É uma satisfação enorme voltar a esta Casa. Muitos debates entre nós, muitas ideias divergentes, mas sempre o respeito que qualquer autoridade que, porventura, estivesse presente neste momento. Nos encontramos em 22”, declarou Bolsonaro.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), paralisou a solenidade para pedir mais respeito aos congressistas que protestaram contra o chefe do Executivo. “Esse não é o comportamento esperado de parlamentares. Quando assumi o Senado, nesta semana, preguei a pacificação. Vamos dar uma oportunidade à pacificação deste país”, conclamou.

Pacheco ainda apelou aos políticos que dessem “uma oportunidade” a Bolsonaro. “Vamos dar uma oportunidade para que possamos iniciar uma nova fase de consenso, de respeito à divergência. Não é simplesmente tolerar, é ter amor à divergência, para que possamos construir esta nação de verdade”, destacou o senador.

O parlamentar disse ser fundamental que as instituições tenham boa relação. “Que saia deste Congresso o exemplo para a nação. A pacificação da sociedade brasileira não acontecerá se não houver a pacificação das instituições.”