MINISTÉRIO PÚBLICO

Força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba 'deixa de existir', informa MPF

Grupo que ganhou notoriedade no combate à corrupção é dissolvido. Parte dos procuradores continua nas investigações, por meio do Gaeco. Os demais ficam sem dedicação específica

Depois de quase sete anos de operação, 79 fases deflagradas, 533 acusados e R$ 4,3 bilhões recuperados, a força-tarefa da Lava-Jato deixa de existir em Curitiba. Desde 2014, a cidade se tornou o centro de investigações que atingiram a cúpula dos Três Poderes, estremeceram os pilares da República e levantaram controvérsias no meio político e jurídico.

O Ministério Público Federal (MPF) informou nesta quarta-feira (3/2) que o grupo da operação na capital do Paraná foi desmobilizado. A mudança ocorre após uma portaria da Procuradoria-Geral da República (PGR) que estendeu os trabalhos da operação até outubro deste ano, mas com nova estrutura.

Cinco integrantes passam a compor o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), e devem continuar nos casos investigados pela operação. No entanto, outros 10 procuradores que estavam na Lava-Jato não serão alocados no Gaeco e deixam de ter atribuições delimitadas.

Eles poderão atuar em casos eventuais, específicos até outubro. “O legado da Força-Tarefa Lava Jato é inegável e louvável considerando os avanços que tivemos em discutir temas tão importantes e caros à sociedade brasileira. Porém, ainda há muito trabalho que, nos sendo permitido, oportunizará que a luta de combate à corrupção seja efetivamente revertida em prol da sociedade, seja pela punição de criminosos, pelo retorno de dinheiro público desviado ou pelo compartilhamento de informações que permitem que outros órgãos colaborem nesse descortinamento dos esquemas ilícitos que assolam nosso país há tanto tempo”, afirma Alessandro José de Oliveira, coordenador do núcleo da Lava Jato no Gaeco.

Ao longo dos últimos anos, a Lava-Jato em Curitiba fez com que juízes e procuradores ascendessem ao cenário da política nacional, e ganhassem fama no Brasil e no exterior. Esse foi o caso do ex-juiz Sergio Moro, que se tornou ministro da Justiça, e agora é opositor do governo. Também fez com que o procurador Deltan Dallagnol, que se afastou da investigação no ano passado, ganhasse notoriedade. O vazamento de conversas entre Deltan e Moro sobre o processo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, porém, gerou polêmicas e ações do petista na Justiça para tentar anular condenações.

De acordo com o MPF, passam a integrar o Gaeco: Alessandro José Fernandes de Oliveira; Laura Gonçalves Tessler; Lucas Bertinato Maron; Luciana de Miguel Cardoso Bogo; e Roberson Henrique Pozzobon

Os demais procuradores com contribuições eventuais são: Alexandre Jabur; Antônio Augusto Teixeira Diniz; Athayde Ribeiro Costa; Felipe D’Elia Camargo; Filipe Andrios Brasil Siviero; Joel Bogo; Leonardo Gonçaslves Juzinksas; Paulo Henrique Cardozo; Paulo Roberto Galvão de Carvalho; e Ramiro Rockenbach da Silva Matos Teixeira de Almeida.

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