A senadora Simone Tebet (MDB-MS), candidata à presidência do Senado, prometeu que a Casa será independente de outros Poderes, caso seja eleita para substituir Davi Alcolumbre (DEM-AP). Nesta segunda-feira (1°/2), ao discursar momentos antes da eleição, ela disse que a independência é importante para que os senadores possam exercer "o dever constitucional de legislar e fiscalizar os demais Poderes"
"Se a prática da independência já se fazia necessária antes, agora ela se torna crucial. Independência não para fazer oposição, mas para que possamos legislar visando ao interesse público, ao interesse da população brasileira, e fiscalizar os demais Poderes para que sejamos, sim, o freio e contrapeso a qualquer tentativa de abuso de poder vindo de quem quer que seja, seja qual for o governo, seja qual for o Poder", afirmou.
A senadora também comentou que "é preciso revermos nossas equações políticas". "Estamos no amanhecer de uma nova vacina para combater a causa desse mal, desse vírus que atingiu a todos. São raios de luz, é verdade, mas incapazes de atingir as suas consequências: desemprego, fome, miséria, falta dos serviços mais essenciais. Isso tudo fugiu às nossas melhores projeções feitas a partir do antes. Enquanto a ciência busca a causa para esse mal, cabe a nós, à política, o seu quinhão para combater as consequências", frisou.
Segundo Tebet, a candidatura dela é um aporte a um novo barco. "Não ofereço ribalta nem pompa nem circunstâncias. A minha candidatura não está aqui para que tudo permaneça como se encontra. Não tenho nada a oferecer, a não ser o trabalho coletivo de todos nós igualmente a favor do Brasil", destacou.
A senadora ainda declarou que espera "ser presidida por esta Casa para que possamos juntos oferecer ao Brasil um novo pacto político". "Um pacto político sem as lentes embaçadas dos interesses individuais ou de grupos, um novo pacto político sem as lentes embaçadas das barganhas políticas que fizeram invisíveis para a política milhões de brasileiros", declarou.
"Não tenho cargos externos a oferecer. Não tenho emendas extraordinárias a oferecer aos senhores, não tenho apoios políticos oficiais de quem quer que seja, a não ser os apoios mais espontâneos e legítimos vindos dos diversos segmentos da sociedade. Repito: o que tenho a oferecer é um trabalho conjunto a favor do Brasil", continuou Tebet.
"Remos"
Durante o discurso, Tebet detalhou quais serão os "remos" que guiarão o seu barco de presidente do Senado. O primeiro deles é "o remo de uma imprescindível discussão sobre a retomada imediata do auxílio emergencial, ainda que nos limites fiscais, ainda que nos limites da responsabilidade fiscal, sob pena de nos afundarmos num buraco negro de uma das maiores crises humanitárias do país".
As reformas estruturantes serão outro remo. Tebet classificou a tributária como a mais importante, pois com ela o país poderá "ter crescimento econômico com distribuição de renda e ver definitivamente não a criação de impostos que atinjam a classe média, mas ver a justiça tributária, para que quem ganha menos deixe de pagar relativamente mais".
Tebet também citou o remo da educação, "que hoje impulsiona infelizmente nosso barco contra as ciências humanas, para que ela definitivamente possa cumprir o seu papel de acordo com a sua Lei de Diretrizes e Bases e possamos ser um povo repleto de cidadania".
O quarto remo será o da representação política da mulher brasileira. Se vencer a eleição, Tebet será a primeira mulher a presidir o Senado. "Tão importante quanto uma mulher naquela cadeira é vermos as mulheres tendo voz e tendo vez no Colégio de Líderes, com a bancada feminina, nas comissões, na ordem dos oradores e que nós não tenhamos apenas o mês de março para avançarmos com a pauta feminina, que não é nossa, é da família brasileira, portanto é de toda a população brasileira."
Por fim, ela definiu a Federação como o quinto remo. "Está na hora de nós honrarmos a Casa que representamos, que é a Casa da Federação, e fazer valer aquilo está na Constituição Federal, que distribuiu e descentralizou os serviços públicos na mão de prefeitos e governadores, na mão de estados e municípios, sem a devida desconcentração dos recursos públicos", defendeu a senadora.