O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), fez um último pronunciamento à imprensa nesta segunda-feira (1°/2), horas antes da eleição que vai definir o próximo senador a chefiar a Casa, e disse que, nos dois anos que ficou no posto, sempre tentou pregar pelo bom entendimento entre os parlamentares.
O senador comentou que, apesar de ter ficado à frente do Senado durante um período de muita turbulência, enfrentamento institucional e polarização política, fez “de tudo para construir pontes”, mesmo que “alguns atores tenham feito de tudo para destruir algumas pontes”. “Como presidente do Senado e chefe do Poder Legislativo, tive a oportunidade, em vários episódios, de pedir a pacificação, a união dos brasileiros em torno de causas, e ser uma ponte em relação aos outros Poderes”, declarou.
“Tenho, hoje, esse reconhecimento de ter sido um presidente da pacificação, da união e do entendimento. Acho que as palavras que mais falei como presidente do Senado foram entendimento, pacificação e união. E tenho certeza que essas palavras são o ponto de partida para a gente viver em uma sociedade com diferenças, respeitando os que pensam diferente”, acrescentou Alcolumbre.
O senador destacou que foi uma honra presidir uma Casa de quase 200 anos e garantiu que sempre tentou mais acertar do que errar. “Todos nós temos erros, temos acertos. Temos defeitos, temos virtudes e qualidades. E Deus me deu a virtude de ouvir, a paciência de conversar e a vontade de vencer. E acho que desde aquele dia da eleição, há 24 meses, naquela sessão muito tumultuada que tivemos, a gente consegue entregar um Senado mais pacificado, com o respeito e o reconhecimento de todos, ou de pelo menos a grande maioria dos senadores”, observou.
Eleição
O discurso de Alcolumbre durou quase 15 minutos. Ele não respondeu às perguntas da imprensa. Logo após a fala, seguiu para a reunião preparatória do Senado, que antecede a votação para a presidência da Casa. O parlamentar desejou uma boa eleição aos candidatos que concorrerão ao seu posto: Rodrigo Pacheco (DEM-MG), Simone Tebet (MDB-MS), Major Olímpio (PSL-SP), Jorge Kajuru (Cidadania-GO) e Lasier Martins (Podemos-RS).
“Que eles possam debater ideias ainda nesse período de candidatura e que, ao final disso, com a votação da maioria absoluta da Casa, com a posição da Casa, a gente possa ter eleito um presidente ou uma presidenta que possa ajudar o Senado, ajudar o Brasil, ajudar os brasileiros. Porque nós estamos vivendo muitas dificuldades, vivendo momentos de crise que a gente nunca viveu, em todos os setores”, pontuou.
Alcolumbre analisou que o próximo presidente do Senado precisará tratar como prioridade uma série de temas: a vida das pessoas, os empregos dos brasileiros, a economia do país e a geração de riqueza. Além disso, ele espera que o seu sucessor fique atento às necessidades dos brasileiros mais vulneráveis.
“Teremos um país, após a pandemia e a crise econômica, onde nosso povo ficará cada vez mais vulnerável. Precisamos dar respostas para aqueles que mais precisam, aqueles que esperam da gente as respostas. Teremos graves problemas sociais, que foram ampliados com essa crise, e esse olhar, tenho certeza, será o olhar desse próximo período."
O senador disse também que só a vacinação pode trazer a normalidade de volta ao país. “Essa é uma questão urgente de todos nós brasileiros. As coisas estão acontecendo, poderiam ter sido mais rápidas, mas estamos tendo vacina no Brasil. Está chegando de várias origens. E a gente tem que ter vacina seja ela de onde for, com autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e dos órgãos de controle, porque a gente só vai conseguir sair dessa dificuldade quando a gente tiver povo brasileiro vacinado”, frisou.