LAVAGEM DE DINHEIRO

Tribunal mantém suspensa ação da Lava-Jato sobre o Instituto Lula

Decisão foi por unanimidade da Oitava Turma do TRF-4. Ação se baseia em denúncia de lavagem de dinheiro, que aponta doações da Odebrecht ao instituto para dissimular repasse de R$ 4 milhões

Sarah Teófilo
postado em 25/02/2021 13:03 / atualizado em 25/02/2021 13:05
 (crédito: Ricardo Stuckert/AFP)
(crédito: Ricardo Stuckert/AFP)

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) decidiu manter suspensa a ação que apura suspeita de lavagem de dinheiro que teria sido cometida pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com pagamento de R$ 4 milhões da Odebrecht ao Instituto Lula, por meio de doações para dissimular o repasse. A investigação que resultou no processo é do âmbito da Lava-Jato. A Oitava Turma do TRF-4 aceitou na última quarta-feira (24/2) um habeas corpus (HC) impetrado pela defesa do ex-presidente.

A decisão foi por unanimidade, com voto favorável ao HC do relator, o desembargador João Pedro Gebran Neto, do desembargador Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz e do juiz Marcelo Cardozo da Silva.

A ação já havia sido paralisada em dezembro do ano passado. Na ocasião, o vice-presidente do TRF-4, Luís Alberto d'Azevedo Aurvalle, determinou que o caso ficasse suspenso até que a defesa do ex-presidente tivesse acesso aos documentos da denúncia. Também estão no processo o ex-ministro Antônio Palocci e o presidente do instituo, Paulo Okamotto.

Doações

Em setembro do ano passado, o Ministério Público Federal (MPF), por meio da força-tarefa da Lava-Jato, ofereceu denúncia contra os três por lavagem de dinheiro. A acusação é de que eles teriam cometido o crime por meio de doações ao Instituto Lula para dissimular o repasse de R$ 4 milhões. Conforme a força-tarefa, foram quatro doações de R$ 1 milhão.

A Justiça acatou a denúncia em outubro do ano passado. Na ocasião, a defesa do ex-presidente afirmou que a decisão era "mais um ato de perseguição, porque aceitou processar mais uma ação penal descabida, que tenta transformar doações lícitas e contabilizadas para o Instituto Lula — que não se confunde com a pessoa do ex-presidente — em atos ilícitos".

 

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