O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moares determinou o bloqueio das redes sociais do deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ). Ele foi preso na última terça-feira (16) por decisão de Moraes após divulgar vídeo com ofensas a ministros da Corte e dizendo que os imaginava sendo agredidos na rua. além de fazer apologia da ditadura militar.
A decisão, segundo Moraes, se deve ao fato de o parlamentar continuar publicando ofensas pelas redes sociais, ainda que esteja preso. Na última quinta-feira (18), a Polícia Federal apreendeu dois celulares na cela do deputado na sede da PF, onde ele estava detido antes de ser transferido ao batalhão da Polícia Militar do Rio de Janeiro (PM-RJ), em Niterói, por determinação do juiz da audiência de custódia.
A detenção do deputado foi referendada por unanimidade pelo plenário do STF, na última quarta-feira (17), e mantida após audiência de custódia, na quinta. Na ocasião, ele chegou a mudar o tom, dizendo respeitar o Judiciário e a decisão do ministro.
Mais tarde, entretanto, após ser transferido para o Batalhão da PM, ele voltou a falar do STF. Transitando pelo batalhão, na porta do local, ele pegou na mão de apoiadores e disse: "Vou mostrar ao Brasil quem é o STF".
No vídeo que foi o estopim da situação, gerando a sua prisão, Silveira diz que o ministro Edson Fachin tem cara de "filha da p***" e "vagabundo". "Várias e várias vezes já te imaginei levando uma surra, quantas vezes eu imaginei você e todos os integrantes dessa corte…", afirmou. Em outro momento, ele chamou Alexandre de Moraes de “cretino”.
A gravação divulgada por Silveira foi fomentada por declarações do ministro Fachin, que disse ser “intolerável e inaceitável qualquer tipo de pressão injurídica sobre o Poder Judiciário”. Ele disse isso depois que foi divulgado trecho do livro General Villas Bôas: conversa com o comandante, escrito pelo pesquisador da Fundação Getulio Vargas Celso Castro.
Nele, o general afirmou que postagens de 2018, feitas em seu perfil no Twitter no dia em que o Supremo analisou o pedido de habeas corpus do ex-presidente Lula, foram discutidos com a cúpula do Exército e com integrantes do Alto Comando residentes em Brasília. Segundo ele, o texto divulgado no Twitter foi "um alerta, muito antes que uma ameaça".
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