O presidente Jair Bolsonaro ignorou, mais uma vez, a prisão do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ). Na costumeira live de quintas-feiras, o mandatário costuma comentar temas da semana e pautas do governo. Porém, nesta quinta-feira (18/2), o chefe do Executivo pareceu seguir à risca conselhos de auxiliares palacianos para não comentar o assunto e dar margem para a eclosão de uma crise entre os Três Poderes.
Isso não quer dizer, porém, que Bolsonaro tenha concordado com a prisão. Ao contrário: ele e integrantes da ala ideológica do governo ficaram irritados com a decisão do ministro Alexandre de Moraes, referendada por todos os integrantes do STF.
Com os olhos na agenda que pretende aprovar no Congresso, Bolsonaro sequer levou em conta clamores de apoiadores mais radicais, que esperavam um pronunciamento público a respeito.
Mais cedo, o presidente se reuniu no Palácio da Alvorada com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e em meio aos assuntos tratados, em pauta, estava a prisão do deputado. Minutos depois, ao cumprimentar apoiadores na saída da residência oficial, ele também não tocou no assunto. A ordem geral no núcleo do governo foi de voto de silêncio, ao menos em público.
Do clã Bolsonaro, de forma discreta, quase enigmática, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) falou nesta quarta-feira (17/2), sobre a prisão do fiel defensor da família. Sem citar diretamente o caso, por meio das redes sociais se limitou a dizer que “sentia o estômago embrulhado como não sentia há tempos”. Mas não citou o deputado, nem tampouco o ministro Alexandre de Moraes, o episódio da prisão ou mesmo o STF.
Na mesma data, no final da noite, o deputado Eduardo Bolsonaro disse que votaria nesta quinta pela libertação do parlamentar "em nome das garantias da imunidade parlamentar, liberdade de expressão, devido processo legal, ampla defesa e contraditório".
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