O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou, em entrevista ao UOL, nesta quinta-feira (18/2), sobre um possível processo de impeachment contra Jair Bolsonaro em meio à pandemia do novo coronavírus. Para Lula, já não há tempo para iniciar o processo visto que a corrida eleitoral de 2022 se aproxima. Além disso, o ex-presidente também acredita que o atual presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, não irá dar abertura ao processo.
Segundo o petista, contudo, o impeachment de Bolsonaro se justificaria por conta das diversas condutas do atual presidente, principalmente em relação à má gestão do mandatário no combate à pandemia. “Eu não quero o impeachment do Bolsonaro porque eu não gosto do Bolsonaro, é porque o Bolsonaro já tomou várias medidas que mereciam impeachment. Sobretudo, essa medida genocida da vacina, essa brincadeira que ele está fazendo com o novo coronavírus. É uma estupidez. Ele não tem respeito pela ciência e pelas pessoas que já morreram”, declarou.
Lula disse, entretanto, que não acredita ser correto abrir um processo de impeachment agora, uma vez que as próximas eleições acontecem em outubro de 2022. “Eu sinceramente acho que, com o andar da carruagem, se for pedir o impeachment agora, até cumprir todo o ritual, você vai chegar ano que vem e, ai, é ano eleitoral”, pontuou.
O político pontuou que o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, deveria ter aberto o processo antes de deixar a Casa. Segundo ele, com Arthur Lira presidindo a Câmara, a abertura de um processo de impeachment é muito improvável.
“Eu sinceramente acho que se a gente não conseguiu colocar o impeachment em votação com o Rodrigo Maia, certamente a gente não vai conseguir com o Lira. Então, falando abertamente com o povo brasileiro, eu não acredito que haja tempo, agora, de fazer o debate de um impeachment; e nem o Lira vai colocar impeachment em votação”, afirmou o ex-presidente da República.
Genocida
Quando questionado, Lula disse que acha justo chamar Bolsonaro de genocida. “Aliás, eu tenho chamado várias vezes. Um presidente da República que não se importa com a morte de 250 mil pessoas, um presidente da República que não se importa em qualificar seu palavreado para a sociedade cada vez que abre a boca em uma televisão, uma rádio ou quando fala em seu próprio Twitter. Um presidente da República que não tem respeito pelas pessoas mais pobres, mais doentes, mais velhas só pode ser genocida. Ou seja, ele não gosta da vida.”
*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro
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