O presidente Jair Bolsonaro se reuniu na manhã desta quinta-feira (18/2) no Palácio da Alvorada com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). A conversa não estava prevista na agenda oficial do mandatário. Em meio aos assuntos tratados, em pauta, a prisão do deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), fiel defensor do presidente.
Ainda durante visita na residência oficial, Lira se manifestou por meio das redes sociais, onde afirmou que as instituições são permanentes, negando eventual crise entre os Três Poderes.
“As instituições são permanentes. As instituições ficarão. Nesse sentido, não haverá nunca crise entre as instituições, sobretudo quando há a exata compreensão de que elas são maiores do que qualquer indivíduo. Todos, na vida pública, somos transitórios. E nosso maior dever, nossa maior missão, é ter a consciência de que nós não somos as instituições”, escreveu.
“Como na frase célebre de Churchill, a democracia é a pior forma de governo, com exceção de todas as demais”, completou.
Todos, na vida pública, somos transitórios. E nosso maior dever, nossa maior missão, é ter a consciência de que nós não somos as instituições.
— Arthur Lira (@ArthurLira_) February 18, 2021
Conselho de Ética
Na quarta-feira (17), a Mesa Diretora da Câmara anunciou que determinou a imediata reativação do Conselho de Ética e representou contra Silveira junto ao colegiado. O parlamentar foi preso na terça-feira (16) pela Polícia Federal, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após publicar um vídeo com ofensas e ameaças contra os magistrados da Corte. Caso o Conselho de Ética conclua que houve quebra do decoro parlamentar, Silveira poderá enfrentar um processo de cassação de seu mandato.
Cara de poucos amigos
Na saída do Alvorada nesta quinta-feira, Bolsonaro parou para cumprimentar apoiadores, mas foi sucinto e não comentou sobre o encontro com Lira. Com semblante notadamente sério, ele rebateu um bolsonarista que o questionou se já havia escolhido um partido para se filiar. “Vai continuar curioso”, disparou.
Sem muita paciência, o presidente alegou que estava com pressa e que não tiraria fotos repetidas com os apoiadores. Por fim, em meio a elogios recebidos, o mandatário pediu a Deus ‘que continue tudo em paz’.
Desde a prisão do parlamentar, Bolsonaro não deu nenhuma palavra sobre a prisão. O silêncio, segundo uma fonte palaciana, deve-se ao fato de que o presidente foi aconselhado a não tomar lados, ao menos publicamente, sobre a questão. O temor do Planalto é de uma instauração de crise nos Três Poderes e que o posicionamento, a favor de um ou de outro, seja visto como uma interferência na decisão que cabe ao STF e à Câmara. Outro pano de fundo é que a medida em desfavor do parlamentar ocorre no momento em que o presidente pretende ter clima para votar suas pautas prioritárias.
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