OPERAÇÂO SPOOFING

A exemplo de Lula, Bolsonaro diz que quer acesso a mensagens da Lava-Jato

Presidente diz que foi citado nas conversas interceptadas por hackers e quer divulgá-las

Ingrid Soares
postado em 12/02/2021 15:31 / atualizado em 12/02/2021 15:32
 (crédito: Evaristo Sá/AFP)
(crédito: Evaristo Sá/AFP)

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira (12/2) que pediu acesso às mensagens trocadas entre integrantes da Operação Lava-Jato, obtidas por hackers e apreendidas na Operação Spoofing, da Polícia Federal. Segundo o chefe do Executivo, ele foi citado nos diálogos, a exemplo do ex-presidente Lula, e quer divulgá-los. A declaração foi feita a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada.

"Para que não haja dúvida, mandei pedir aquela matéria hackeada que está na mão do PT, na mão do Lula. Tem meu nome lá. Alguma coisa já passaram para mim. Vocês vão cair para trás. Chegando, eu vou divulgar. O Lula não vai divulgar. Já falou que não vai divulgar. Eu vou divulgar. Você vê a perseguição ali, conversas de autoridades falando como é que entravam na minha vida financeira, da minha família. Você pode entrar, mas tem que ter uma ordem judicial. Respeita a lei? Não respeita. Eu quero pegar o cara que vendia informações. Dentro do Coaf, por exemplo. Eu já tenho alguma coisa, que tem chegado para mim, agora vou conseguir...Espero que o Supremo me dê. Deu para Lula...Já que a imprensa diz que o meu nome está lá, dê para mim também. Nós queremos fazer a coisa certa. Falam em lei, né? Tem que seguir a lei para todo mundo", apontou.

O chefe do Executivo voltou a dizer que, até hoje, não conseguiram nada contra ele, e comentou sobre a decisão, no final de janeiro, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF) que considerou ilegal o Relatório de Inteligência Financeira produzido pelo Coaf sobre transações de Frederick Wassef, advogado ligado a Bolsonaro.

"Aquele advogado que advogava para mim, o TRF-1 arquivou o processo dele e mandou a Polícia Federal investigar o Coaf. Eu chego para os caras do Coaf, os caras, não, quem manda lá em cima (e digo): “Você fez um levantamento do perfil dessas pessoas que estão aqui? Está tudo certo?” Não quero falar muita coisa aqui. Porque algumas pessoas lá dentro fazem a coisa errada. Se não fizessem, o TRF-1 não teria anulado o processo contra aquele advogado", alegou o presidente.

Decreto de armas 

Bolsonaro relatou ainda que deverá publicar ainda hoje "três ou quatro" decretos sobre armas e CAC's (Caçadores, Atiradores e Colecionadores). Ele ainda citou também um decreto para Airsoft.

"O pessoal fala: tem que desarmar o vagabundo. É impossível desarmar esses caras. Agora o pessoal de bem, pra ter uma arma é uma dificuldade. Hoje, é decreto. Eu fiz tudo o que a lei permitia. Por exemplo: até a questão do Airsoft. Era produto controlado, quer dizer, ainda é, produto controlado pelo Exército. A partir de publicação no DO (Diário Oficial) de hoje ou amanhã não vai ser mais. Vocês podem não dar valor a isso, mas tem gente que dá. Pode levar teu filho numa casa de treinamento disso aí. É uma bolinha que vai explodir uma tinta nele", relatou.

Ele disse que atirou pela primeira vez aos oito anos e ironizou que crianças de 12 seguram fuzil em favelas do Rio. "Qual o problema? Eu atirei quando tinha acho que oito, nove anos de idade. Vão falar que estou estimulando a violência. Você vai em certas comunidades do Rio, tá um moleque de 12 anos com um fuzil maior do que ele."

 

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