CORRUPÇÃO

MPF pede afastamento de Witzel do cargo de governador por mais um ano

Governador do Rio de Janeiro sofre com processo de impeachment e com processo no Superior Tribunal de Justiça. Ele está afastado desde agosto do ano passado

Sarah Teófilo
postado em 11/02/2021 15:42
 (crédito: Fernando Frazão/Agência Brasil)
(crédito: Fernando Frazão/Agência Brasil)

O Ministério Público Federal (MPF) pediu nesta quinta-feira (11/2) a manutenção do afastamento do cargo do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), por mais um ano. A solicitação foi feita pela subprocuradora-geral da República, Lindôra Araújo, durante sessão da Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Os ministros avaliam se aceitam ou não a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

A subprocuradora pediu, ainda, a manutenção por mais um ano das medidas cautelares e que ele não retorne ao Palácio das Laranjeiras, residência oficial do governador do Rio, onde ele já não está mais. Witzel está afastado do cargo desde agosto do ano passado, no mesmo dia em que a Polícia Federal deflagrou operação autorizada pelo STJ. O governador afastado é suspeito de crime de corrupção e lavagem de dinheiro por envolvimento em suposto esquema na área da Saúde.

Um dos advogados de defesa, Roberto Podval falou após Lindôra, dizendo que a situação de afastamento de Witzel e o pedido de prorrogação são um desrespeito à democracia. De acordo com ele, não há quaisquer provas de envolvimento do governador com crimes de corrupção, e afastá-lo do cargo é ignorar o resultado das urnas.

Além do processo no STJ, Witzel sofre com um processo de impeachment instaurado no ano passado pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Um Tribunal Especial Misto (com deputados e desembargadores) já foi criado, e em janeiro deste ano ouviu testemunhas do processo.

Em dezembro do ano passado, o tribunal suspendeu os prazos para o julgamento, que terminaria em maio, após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Ele determinou a suspensão do depoimento do governador afastado até que a defesa tivesse acesso a todos os documentos dos processo, dentre eles a delação premiada do ex-secretário de Saúde Edmar Santos.

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