Após ter sido excluído pelo presidente Jair Bolsonaro da reunião ministerial desta terça-feira (9/2) no Palácio do Planalto, o vice-presidente Hamilton Mourão disse a jornalistas que “não está incomodado” com o ocorrido.
“Não fui convidado. Não fui chamado. Então, acredito que o presidente julgou que era desnecessária minha presença. Só isso”, apontou. Ao ser questionado se estava incomodado com a situação, o general se limitou a dizer que “não”.
Dos 23 ministros da Esplanada, apenas Fábio Faria, do Ministério das Comunicações, não participou da reunião desta terça-feira por estar em viagem ao Japão. Mourão estava com agenda livre. A assessoria do vice alegou que ele está comprometido com a organização do encontro com o Conselho Nacional da Amazônia Legal, previsto para esta quarta-feira (10). O general também não participou da primeira reunião ministerial do ano, por estar se recuperando da covid-19.
Bolsonaro incomodado
Fontes palacianas afirmam que Bolsonaro está incomodado com declarações que o vice concede à imprensa. Em janeiro, Mourão indicou a jornalistas que o presidente colocaria em prática uma reforma ministerial e que uma das trocas que deveriam ocorrer era no Ministério das Relações Exteriores, com Ernesto Araújo deixando o cargo. O mandatário foi efusivo e rebateu secamente a ideia dizendo que o governo não precisa de 'palpiteiros'.
"O que nós menos precisamos é de palpiteiros na formação do meu ministério. E deixo bem claro: todos os meus 23 ministros, eu que escolho e mais ninguém. Se alguém quiser escolher, que se candidate em 2022", disparou à época.
Um segundo acontecimento ajudou a aprofundar a crise quando um assessor do general alertou o chefe de gabinete de um parlamentar sobre a possibilidade de o Congresso ter de começar a se preparar para analisar um pedido de impeachment contra o comandante do Palácio do Planalto. Mourão exonerou o assessor envolvido no caso, Ricardo Roesch Morato Filho e reforçou que 'jamais vai trabalhar contra Bolsonaro'.
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