Pandemia

PGR abre apuração sobre eventual omissão de Bolsonaro no AM e PA

Presidente é acusado de se omitir na crise que levou o sistema de saúde de Manaus ao colapso e que também atinge cidades do Pará. A ação afirma, ainda, que Bolsonaro e o ministro Pazuello estimularam o uso de medicamentos sem eficácia

Renato Souza
postado em 04/02/2021 18:50

O procurador-geral da República, Augusto Aras, abriu uma "notícia de fato" para avaliar o eventual cometimento de crime pelo presidente Jair Bolsonaro e o ministro Eduardo Pazuello em razão do avanço da pandemia no Pará e no Amazonas. Aras atendeu um pedido formulado por parlamentares do PCdoB.

Os congressistas afirmam que a omissão do governo agravou a crise no Amazonas, que resultou na falta de oxigênio que levou dezenas de pacientes à morte por sufocamento. A informação sobre o início de uma investigação preliminar, que antecede a abertura de inquérito, consta em uma manifestação da PGR enviada ao ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF).

No documento, Aras cita que os parlamentares que ingressaram com a ação afirmam que o colapso no sistema de saúde de Manaus poderia ter sido evitado “se medidas mais contundentes tivessem sido tomadas com antecedência” por Bolsonaro e Pazuello (noticiados). Os parlamentares destacam que Pazuello esteve em Manaus dias antes de acabarem os estoques de oxigênio.

Alegam ainda "que a mesma situação crítica tem sido observada, mais recentemente, em alguns municípios do Estado do Pará, com igual possibilidade de responsabilização do Ministro da Saúde, em razão de inércia, e do Presidente da República, por postura isentiva e descompromissada em relação às políticas de combate ao novo coronavírus no âmbito do Sistema Único de Saúde".

Na ação, os deputados destacam que Bolsonaro e Pazuello indicaram para a população o uso de medicamentos sem eficácia científica comprovada para combate à covid-19. Aras informa que se forem identificadas ações criminosas na conduta do presidente e do ministro da Saúde durante as investigações preliminares, as informações serão enviadas ao STF para abertura de inquérito.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação