52 MILHÕES

Mãe de Geddel é condenada a 10 anos de prisão por lavagem de dinheiro

Justiça Federal do DF entendeu que Marluce Vieira Lima teve participação direta na ocultação de milhões de reais originados em atos de corrupção

Renato Souza
postado em 03/02/2021 17:45 / atualizado em 03/02/2021 18:59
 (crédito: AFP -5/9/17
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(crédito: AFP -5/9/17 )

A mãe do ex-ministro Geddel Vieira Lima, Marluce Vieira Lima, foi condenada, nesta quarta-feira (3), a 10 anos de prisão, em regime inicial fechado por lavagem de dinheiro e associação criminosa. Ela foi considerada culpada por envolvimento na ocultação de R$ 52 milhões em um apartamento em Salvador. Marluce disponibilizou o imóvel para guardar os valores em espécie e tentar enganar as autoridades.

Inicialmente, o processo corria no Supremo Tribunal Federal (STF), mas foi enviado à Justiça Federal de Brasília, pois Marluce não tem direito ao foro privilegiado. O juiz Vallisney de Souza Oliveira entendeu que ela teve participação ativa nas ilegalidades. Por ter mais de 70 anos, é possível que a Justiça autorize o cumprimento de prisão domiciliar, ou outro meio menos gravoso.

No processo, Vallisney destaca que Marluce possuía boa condição financeira, e não tinha necessidade de se envolver em delitos como lavagem de dinheiro. "A censurabilidade da conduta da acusada é mais elevada do que o normal, considerando tratar-se de pessoa de condição social e financeira privilegiada,com família estruturada, importante socialmente e abastada, sendo-lhe, total e facilmente, exigível conduta diversa", escreveu o magistrado na sentença.

Ele também considerou que por ser chefe da família, Marluce deveria ter tido uma conduta diferente, não criminosa. "Ademais, teve papel de destaque na lavagem do dinheiro, e com a força a moral e familiar de uma genitora, quando poderia muito bem ter tido conduta diversa na posição ética de matriarca, evitando que os filhos continuassem na prática ilícita de corrupção e lavagem de dinheiro e em associação criminosa", completou o magistrado. Geddel foi condenado pelo STF pelas mesmas acusações. 

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