Parlamentares deixaram a prévia da reunião de líderes partidários da Câmara na tarde de hoje (2/2) afirmando que a eleição para a Mesa Diretora será adiada para a manhã desta quarta-feira (3). Esta era a primeira exigência do bloco de legendas que apoiou o candidato derrotado na disputa pela presidência da Casa, Baleia Rossi (MDB-SP). O grupo deseja reaver os cargos da Mesa Diretora garantidos por acordo de líderes e votação, mas neutralizados pelo novo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). A extensão do prazo para as eleições do colegiado dará mais tempo para negociações, acalmando os ânimos.
Na agenda de Lira, porém, a votação para a eleição de cargos da Mesa continua marcada para hoje às 19h. Uma nova reunião de líderes está marcada para às 17h desta terça (2/2). Se o adiamento se confirmar, além de mais espaço para negociações, Lira ganhará tempo para corroer o bloco adversário e botar panos quentes na insatisfação de aliados e concorrentes prejudicados pelo primeiro ato do governista como presidente da Câmara.
Ao tomar posse no cargo, na noite de segunda-feira (1/1), Lira quebrou um acordo feito em reunião de líderes, invalidou as eleições para a Mesa Diretora, dissolveu o bloco do adversário, Baleia Rossi (MDB-SP), e, com isso, ganhou poder sobre os cinco mais importantes cargos do colegiado. Com a ação, Lira rebaixou a presença do PT na Mesa da 1ª para a 4ª Secretaria, e contrariou 10 legendas e quase 200 parlamentares, muitos destes, eleitores do próprio Lira.
Com a outra mão, o novo presidente da Câmara fez uma proposta para os adversários, mantendo o PT de fora da conversa, e segurando quatro dos cinco mais importantes cargos da Mesa sob sua batuta. A proposta de Lira para quebrar o bloco do candidato derrotado nas eleições, inclui reconhecê-lo, mas sem a presença dos petistas. Dessa forma, o PSDB ficaria com a 3ª Secretaria, o PT, por direito, como maior bancada, com a 4ª, e PSB e Rede negociariam uma suplência também como integrantes do bloco de Baleia.
Lira precisa equilibrar as relações, pois a insatisfação de um grande número de partidos e parlamentares pode inviabilizar o andamento de matérias consideradas importantes para o governo, que investiu pesado na candidatura do novo presidente.
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