Ingrid Soares
postado em 02/02/2021 09:27 / atualizado em 02/02/2021 11:10
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira (2/2), a Operação Quinta Coluna, que aprofunda as investigações sobre uma associação criminosa que utilizou aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) para levar drogas para a Espanha. As investigações também englobam a lavagem de ativos obtidos mediante a prática criminosa.
Em nota, a PF informou que estão sendo cumpridos 15 mandados de busca e apreensão e 2 mandados que restringem a comunicação dos investigados e a saída do Distrito Federal. A Justiça Federal do Distrito Federal ainda determinou o sequestro de imóveis e veículos dos envolvidos no esquema criminoso. Militares da FAB também participam do cumprimento das medidas. Foi encontrado um imóvel no Lago Sul avaliado em R$ 4 milhões comprado com dinheiro de tráfico na FAB.
Em junho do ano passado, o segundo-sargento da Força Aérea Brasileira (FAB) Manoel Silva Rodrigues foi preso por autoridades espanholas após desembarcar naquele país, em junho do ano passado, transportando 39 kg de cocaína pura, com valor calculado em euros de 1.419.262,227, correspondente a cerca de R$ 6.399.083,62, segundo cálculos periciais. Na época, ele era membro da comitiva que acompanhava a viagem do presidente Jair Bolsonaro ao Japão, para a participação na cúpula do G20.
Em janeiro, a Justiça Militar de Brasília, recebeu a denúncia oferecida pelo Ministério Público Militar (MPM) e o tornou réu no processo. Ainda segundo a PF, as investigações demonstram que, além do sargento preso em Sevilha, na Espanha, outras pessoas se associaram ao militar, de forma estável e permanente, para a prática do crime de tráfico ilícito de drogas, tendo sido apresentado à Justiça elementos que indicam mais uma remessa de entorpecente ao país.
"Em relação à lavagem de dinheiro, as apurações apontam diversas estratégias do grupo criminoso para ocultar os bens provenientes do tráfico de entorpecentes, especialmente a aquisição de veículos e imóveis com pagamentos de altos valores em espécie", versa outro trecho da nota sobre a operação.
As investigações feitas pela PF são concomitantes aos processos por tráfico internacional de drogas que tramitam perante a Justiça Militar. Os crimes de associação para o tráfico e lavagem de dinheiro têm penas que vão de 3 a 10 anos de prisão.
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