O presidente Jair Bolsonaro voltou a negar a possibilidade de retomar pagamentos do auxílio emergencial. Em "live" nas redes sociais nesta quinta-feira, 28, ele disse que prorrogar o benefício "vai quebrar o Brasil". Mesmo com o aumento de casos e mortes relacionadas à covid-19, o presidente pediu à população que conviva com a covid-19 sem "destruir empregos" e pediu ainda o retorno do público aos jogos de futebol.
"Lamento, o pessoal quer que continue (o auxílio), vai quebrar o Brasil. Vem inflação, descontrole da economia, vem um desastre e todo mundo vai pagar caríssimo. Temos que trabalhar", disse. Bolsonaro também voltou a citar que a capacidade de endividamento do País "chegou ao limite".
"Temos que conviver com a covid, lamento as mortes mais uma vez, antes que falem que sou insensível. Mas, temos que conviver com esse problema,não podemos destruir empregos", disse.
Apesar das mais de 221 mil mortes pela covid-19, Bolsonaro defendeu que a população volte a "sorrir" e sugeriu o retorno das torcidas aos estádios de futebol. "Nós temos que voltar a viver, pessoal. Sorrir, fazer piada, brincar, voltar aos estádios de futebol o mais cedo possível, que seja com uma quantidade menor, 20%, 30% da capacidade do estádio, temos que voltar a viver", disse o mandatário.
Bolsonaro voltou a criticar as medidas de fechamento e de restrição de horário do funcionamento do comércio, adotadas pelo governo do Estado de São Paulo e pela prefeitura de Belo Horizonte (MG).
Sem citar nomes, o presidente fez críticas indiretas ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e ao apresentador Luciano Huck, ambos cotados para a disputa presidencial em 2022. Ele fez referência a viagens realizadas por Doria e Huck durante a pandemia da covid-19, embora ambos defendam o isolamento social. "Eu não sou daquele de 'vamos fechar' e vai para Miami", disse em referência a Doria.
O presidente repetiu ainda que todos os imunizantes contra a covid-19 aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) serão adquiridos pelo governo. Bolsonaro citou o trabalho "criterioso" do MInistério da Saúde, comandado por Eduardo Pazuello.
Bolsonaro evitou, no entanto, comentar o inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga a atuação do ministro na crise de saúde em Manaus (AM). Na quarta-feira, 27, Bolsonaro abandonou uma entrevista com jornalistas após ser questionado sobre o assunto.