O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou, nesta quinta-feira (28/01), que exonerará o chefe da Assessoria Parlamentar da Vice-Presidência, Ricardo Roesch – que procurou lideranças da Câmara dos Deputados para discutir um eventual impeachment do presidente Jair Bolsonaro. Roesch alega que teve o celular hackeado.
"A conversa houve, algo que me deixou extremamente chateado. O único patrimônio que eu tenho é minha honra, e minha honra está ligada à lealdade. São fatores de que não abro mão. Posso, às vezes, discordar de algumas coisas do presidente Bolsonaro, mas jamais vou trabalhar contra ele", disse a jornalistas, na saída do Palácio do Planalto.
Mourão completou que o assessor agiu por conta própria. “Avançou um sinal totalmente fora do foco, fora do que são as minhas orientações. E, como consequência, ele será exonerado brevemente”, avisou.
A decisão foi tomada depois de o jornalista Diego Amorim, do site O Antagonista, publicar que um dos funcionários do gabinete de Mourão enviou mensagens para deputados para agendar conversas sobre o impeachment de Bolsonaro. O motivo, segundo o portal jornalístico, seriam as sucessivas falhas de Bolsonaro na condução da pandemia do novo coronavírus.
Mais cedo, em nota, o general falou em lealdade e negou tratativas neste sentido. "Na profissão que exerci por 46 anos, a lealdade é uma virtude que não se negocia", afirmou Mourão. O texto fala, ainda, que o momento é de união para combater o avanço da covid-19. "A Vice-Presidência destaca que o momento ora vivido em nosso Brasil é de união de esforços para salvar vidas e restabelecer o crescimento econômico".