O presidente Jair Bolsonaro rebateu, nesta quinta-feira (21/01), a possibilidade de demitir o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. Durante transmissão de live, questionado se sofreu pressão para tirá-lo do cargo, o chefe do Executivo afirmou: "Quem demite ministro sou eu. Ninguém me procurou nem ousaria procurar. Assim como nós não faríamos com nenhum outro país do mundo. Jamais algum país procuraria outro para isso”, apontou.
Depois de o governo criar uma relação conflituosa com a China por questões ideológicas, o Brasil passa por dificuldades de importação de matéria-prima do país asiático para a produção de vacinas contra a covid-19. À frente do Itamaraty, o chanceler acumula desgastes com Pequim. Ao lado do presidente, Araújo negou que a China tenha pedido sua demissão.
"Isso não existe entre países soberanos. É uma invenção completa. Não sei, tem gente que quer ver uma crise, criar invenções onde não existem. As pessoas inventam uma coisa e depois, quando vem a realidade e desmente, em vez de alterar a sua percepção da realidade, continua insistindo e redobrando cada vez mais a mentira”, justificou o ministro.
"A China também precisa da gente"
Bolsonaro afirmou que o Brasil precisa da China, mas o mesmo ocorreria com o país asíatico. "O Brasil precisa da China, mas a China também precisa da gente. Lá está chegando a 1,4 bilhão de habitantes, revogaram a política do filho único e a população está cada vez mais urbana. A relação de um país com o outro tem interesse, não tem amor. O Brasil é um dos raros países do mundo que tem uma fronteira enorme para a comida. Ninguém pode ficar sem comida, e o Brasil é um celeiro de comida”, destacou.