Candidato independente à Presidência da Câmara, Fábio Ramalho (MDB-MG) criticou o que considerou preconceito contra uma parcela da Casa. “A maioria dos deputados é tratada com discriminação, como se houvesse baixo e alto cleros, quando, na verdade, todos são iguais, eleitos pelo povo para representá-los. E, com essa divisão, as decisões ficam nas mãos de poucos”, reclamou, em entrevista ao programa CB.Poder, parceria entre o Correio e a TV Brasília.
Ramalho frisou que um dos objetivos, caso seja eleito para o comando da Câmara, é dar maior autonomia para os parlamentares e fortalecer o diálogo entre integrantes da Casa. “Muitas pautas são acordadas entre o presidente da Câmara e o governador e isso pode desempoderar o parlamentar. É necessário que essas pautas sejam atendidas em um movimento conjunto: os governadores e a bancada daquele estado. É isso que eu farei se for eleito”.
O deputado disse ter quantidade de votos suficientes para chegar ao segundo turno da disputa. “No segundo turno, eu serei um candidato imbatível. Vou vencer a eleição e fazer da Câmara um lugar que vai respeitar os parlamentares e empoderá-los”, destacou. “É justamente por isso que o voto é secreto, para permitir aos parlamentares votarem em quem confiam, sem riscos de possíveis retaliações.”
O político por Minas Gerais relembrou a disputa de 2017, quando concorreu com Osmar Serraglio (PMDB-PR) e Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) e foi eleito vice-presidente da Câmara. “Nessa eleição, ninguém falava o meu nome, quem ganharia seria ou o Lúcio, ou o Osmar. Mas eu era o candidato que tinha a amizade e a simpatia da maioria dos parlamentares. E posso afirmar que ninguém que votou em mim ficou arrependido. Toda vez que me procuraram, meu gabinete estava de portas abertas”, ressaltou.
Ele afirmou que está trabalhando intensamente em busca de apoio. “Tenho conversado com cada parlamentar, dialogado, e todos os dias vou atrás de votos. É isso que vou fazer nestes últimos dias até a eleição em fevereiro”, emendou, em relação ao pleito marcado para o dia 1º.
Prioridades
Reforma tributária e auxílio emergencial são decisões urgentes a serem tomadas na Câmara, frisou Ramalho. “Precisamos da reforma para que possamos dar a quem produz uma maneira de produzir mais, com custos mais baixos e impostos mais justos. E, além disso, tem o auxílio emergencial, que, na verdade, é um auxílio comida”, explicou. “Vivemos uma pandemia. Em uma situação como essa não existe teto de gastos. O Estado tem de ajudar as pessoas neste momento de grande dificuldade.”
O deputado discordou sobre a alegada falta de verba para prorrogar o auxílio emergencial. “Dinheiro, quando se quer, arruma. A economia tem de saber que os recursos têm que ser arrumados de qualquer maneira. Vai deixar as pessoas morrerem de fome? Dessa forma, corremos risco de saques em supermercados e a propriedades”, destacou.
* Estagiário sob a supervisão de Cida Barbosa