Logo Correio Braziliense
Embate com Legislativo

Governo espera 'ressuscitar' privatização da Eletrobras após eleição na Câmara

Secretário de Desestatização, Diogo Mac Cord diz que PL ficou "repousando" na mesa de Rodrigo Maia, e que o novo presidente da Casa deve ajudar a destravar a agenda do Executivo

O governo está aguardando a eleição da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, dia 1º de fevereiro, para “ressuscitar” o projeto de lei (PL) de privatização da Eletrobras no dia seguinte. O secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia, Diogo Mac Cord, disse, nesta terça-feira (12/1), que o PL ficou “repousando” na mesa do atual presidente da Casa, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), e que espera que o novo ocupante do cargo seja comprometido com a agenda de desestatização.

O PL da privatização da Eletrobras foi enviado ao Legislativo no fim de 2019. “Até hoje não tem nem relator. Isso é uma evidência de que não é prioritário. Se tivermos um novo presidente da Câmara comprometido, ele escolherá relator para o PL que está repousando na mesa do Rodrigo Maia desde 2019”, alfinetou Cord. “Vamos trabalhar para ressuscitar o PL dia 2 de fevereiro. Assim, até o fim do ano é possível concluir o processo”, estimou, durante live realizada pelo Jota.

O PL para privatização dos Correios será encaminhado no início da nova gestão da Câmara, também na expectativa de que o novo presidente dê celeridade à agenda do governo. “A vantagem é que os estudos dos Correios já foram iniciados. Nossa meta é concluir até dezembro de 2021”, afirmou. Entre as possibilidades avaliadas estão o fatiamento por produto, por região ou a venda integral da empresa postal. “Não dá para bater o martelo antes de ter o PL aprovado. Como não temos tempo a perder, avaliamos várias opções em paralelo”, ressaltou.

Portos e trens urbanos

Outra prioridade da secretaria é a monetização dos contratos de petróleo, hoje a cargo da Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA). “Temos trabalhado na linha de desinvestimentos dos ativos do Tesouro. No caso da PPSA, a gente vai precisar buscar a solução”, explicou. Para este ano, Cord estimou a conclusão da privatização da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), do Trensurb, da região metropolitana de Porto Alegre, e da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) Minas. “O Porto de Santos está previsto para 2022’, afirmou.

O secretário assinalou que está otimista, mas que as privatizações precisam ser acompanhadas de uma estratégia sólida. “O processo é mais longo do que a gente gostaria. A privatização da Embraer começou em 1991 e terminou em 1994. Ou seja, a demora não é de hoje. Estamos falando de patrimônio público, de um bem que é de toda a população brasileira”, avaliou.

No entanto, o secretário ressaltou que já houve uma entrega relevante, apesar de o governo de Jair Bolsonaro não ter conseguido privatizar nada, o que fez o antecessor de Cord, Salim Mattar, deixar o governo. “As estatais já desinvestiram cerca de R$ 200 bilhões até agora”, lembrou.

Saiba Mais