O presidente Jair Bolsonaro disse na manhã desta quinta-feira (7/1) que menos da metade da população será imunizada contra a covid-19. A apoiadores, no Palácio da Alvorada, ele perguntou quantos tinham a intenção de se vacinar. Três pessoas teriam se manifestado, em um grupo de mais de 20, segundo o presidente. Na última quarta-feira (6), Bolsonaro fez a mesma coisa no chamado "cercadinho", onde conversa com apoiadores.
"Alguém sabe quantos porcento da população vai tomar vacina? Pelo que eu sei, menos da metade vai tomar vacina. E essa pesquisa que eu faço, faço na praia, faço na rua, faço em tudo quanto é lugar. Mas para quem quiser, em janeiro vai ter. Pessoal pode tomar, sem problema nenhum", disse.
Diferentemente do que foi dito pelo mandatário, pesquisa Datafolha divulgada no dia 12 de dezembro de 2020 mostrou que 22% dos entrevistados não pretendem ser imunizados; e 73% informaram querer participar da campanha de imunização, número bem diferente do propagado pelo presidente. A pesquisa foi feita entre 8 e 10 de dezembro com 2.016 brasileiros adultos, por telefone. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
Bolsonaro tem dito que não está fazendo campanha contra a imunização, ao mesmo tempo em que coloca a vacina sob questionamentos. Ele também tem dito que não irá se vacinar. Especialistas apontam que quando a imunização chegar a 70%, será possível interromper a circulação do vírus.
Seringa
As falas desta quinta-feira do presidente foram feitas no momento em que ele comentava sobre a aquisição de seringas e agulhas, postergada pelo governo federal, apesar dos alertas de fabricantes desde o início do segundo semestre de 2020. O mandatário garantiu que não faltarão seringas.
Na última quarta, ele fez a mesma afirmação, quando garantiu que há seringas para as primeiras duas milhões de doses da vacina de Oxford/AstraZeneca, que chegarão da Índia.
Ao mesmo tempo, ainda nesta quinta, disse que fornecer as unidades cabe aos estados e municípios. O Ministério da Saúde, entretanto, tem falado em centralizar a distribuição. No pregão feito no fim do ano passado, a pasta solicitava 331 milhões de unidades, mas teve oferta para apenas 7,9 milhões.