VELHA POLÍTICA

Bolsonaro diz que pode recriar ministérios caso seus candidatos sejam eleitos no Congresso

Entre as pastas que poderão ser reativadas estão as da Pesca, do Esporte e da Cultura, segundo disse o presidente, ao comentar a possibilidade da eleição dos aliados Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG) para as presidências da Câmara e do Senado.

Ingrid Soares
postado em 29/01/2021 14:02 / atualizado em 29/01/2021 14:57
 (crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
(crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta sexta-feira (29/1), que pretende recriar ministérios como os da Pesca, Esporte e Cultura, caso seus candidatos às presidências do Senado e da Câmara sejam eleitos. A declaração foi feita durante cerimônia de planejamento dos Jogos Escolares Brasileiros (JEBs), no Palácio do Planalto. O evento foi fechado à imprensa, não constava na agenda oficial, mas foi transmitido ao vivo pelo deputado Eduardo Bolsonaro por meio das redes sociais. Segundo o chefe do Executivo, se ele tivesse sido eleito hoje, teria mantido tais ministérios.

"Eu queria que hoje eu tivesse sido eleito presidente. Porque algumas coisas a mais eu faria, outras eu não faria. Por exemplo, eu tenho três secretários, Marcelo, que se eu soubesse do potencial de vocês, se eu tivesse mais conhecimento, com profundidade, da importância, seriam ministérios", destacou.

O presidente então citou os nomes de Jorge Seif, Mario Frias e Marcelo Magalhães: "Um presente, Mario Frias, outro que está presente, Jorge Seif. É inacreditável o que ele está fazendo na pesca do Brasil. É só ver o que era e como está hoje em dia. Está em iminência de conseguir contrato com Paraguai de tilápia. E o terceiro aqui, Marcelo Magalhães, que conhecia já algum tempo, e, ao assumir realmente mostrou para mim como é que devia ser tratado o esporte", completou.

Bolsonaro emendou que caso Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG), seus aliados que concorrem aos pleitos na Câmara e no Senado e pelos quais tem "simpatia", sejam eleitos, poderá levar adiante o projeto de recriação das pastas.

"Se tiver um clima no Parlamento, pelo o que tudo indica as duas pessoas que nós temos simpatia devem se eleger, não vamos ter mais uma pauta travada, a gente pode levar muita coisa avante, quem sabe até ressurgir os ministérios, esses ministérios", declarou.

O mandatário se defendeu de posteriores críticas que venha a enfrentar e justificou que o Brasil é maior que a Europa Ocidental. "Daqui a pouco vão falar: 'quer criar ministério de novo'. (Olha) O tamanho do Brasil, só a Amazônia é maior que toda a Europa ocidental", argumentou.

Confiança e Tubaína

Bolsonaro também disse que confiança é um dos principais critérios para escolha de seu time, além da intimidade de tomar uma cerveja ou uma Tubaína. "Então pessoal, acredito em vocês. Agradeço o apoio que tenho, a dedicação, a confiança. Os primeiros critérios para escolher quem vai estar do nosso lado é a confiança. É tomar cerveja, Tubaína ou Guaraná Jesus com vocês", prosseguiu.

Reeleição

O chefe do Executivo sinalizou que poderá se candidatar à reeleição, apesar de ter negado a intenção em outras ocasiões. "Pouca gente resistiu a 2 meses de ataque e nós estamos resistindo há 2 anos. E eu só tenho um sentimento: que é entregar o Brasil em 2023 ou 27, não sei, melhor do que eu recebi, tá certo", concluiu.

Promessa de campanha

Em junho do ano passado, Bolsonaro se contradisse a respeito da promessa de campanha de enxugar o número de ministérios do Executivo para apenas 15 pastas. Com a recriação do Ministério das Comunicações, o governo chegou ao patamar de 23 ministérios.

Exoneração de ministros 

Como parte da manobra para garantir os pleitos das lideranças no Congresso, o presidente Jair Bolsonaro exonerou no Diário Oficial da União (DOU) de hoje os ministros da Cidadania, Onyx Lorenzoni, e da Agricultura, Pecuária e Pesca, Tereza Cristina. Com isso, os dois serão licenciados dos cargos no Executivo para que retornem à Câmara e reforcem o placar de votos em favor do líder do Centrão, Arthur Lira (PP-AL), candidato do Planalto à presidência da Câmara. Neste cenário, a influência da ministra da Agricultura no Salão Verde é um trunfo para o Palácio do Planalto. A eleição será realizada na segunda-feira (1º).

 

 

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