O presidente Jair Bolsonaro comentou, nesta quinta-feira (28/01), a declaração do vice-presidente, Hamilton Mourão a respeito da possível saída do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, em uma reforma ministerial. A um apoiador que o questionou sobre a fala do general, inicialmente Bolsonaro afirmou que não iria responder e, em tom de ironia, disse que a pergunta deveria ser direcionada ao vice-presidente.
"Estou sabendo não. Tem que perguntar para ele. Mas obrigado pela pergunta aí. Quem troca ministro é o presidente da República, tá certo. Agora, é difícil governar o Brasil. Não é fácil, mas tudo bem. Não vou responder essa pergunta não", apontou.
No entanto, após ser homenageado com uma oração por um dos apoiadores, o mandatário voltou ao assunto. Visivelmente incomodado, Bolsonaro completou que o que o governo menos precisa é de "palpiteiros".
"A sua pergunta aí, realmente tem que ser levada a sério. O vice falou que eu estou para trocar o chefe do Itamaraty. Quero deixar bem claro uma coisa. Tenho 22 ministros efetivos e um que é interino (Pedro Marques de Sousa, da Secretaria-Geral da Presidência). Aí que nós podemos ter um nome diferente ou efetivação do atual. Nada mais além disso. Toda semana recebo da mídia informações que vão ser trocados ministros, tentando sempre semear a discórdia no nosso governo. Eu lamento que gente do próprio governo agora passe a dar palpites no tocante a troca de ministros", apontou.
"O governo vai bem"
O presidente observou ainda que o governo vai bem, apesar da pandemia, e pediu tranquilidade e um voto de confiança por parte da população. Por fim, em indireta ao vice, reforçou que "quem quiser escolher ministros, que se candidate em 2022".
"O governo vai indo bem, apesar dos problemas que nós temos da pandemia, que realmente deu uma atrapalhada em quase tudo, mas eu peço a todo mundo. Não é que acreditem não, é que tenham tranquilidade de modo que não fiquem especulando porque isso só traz inquietações internas e levam incertezas para a população. O que nós menos precisamos é de palpiteiros na formação do meu ministério. E deixo bem claro: todos os meus 23 ministros eu que escolho e mais ninguém e ponto final. Se alguém quiser escolher, que se candidate em 2022 e boa sorte em 2023", concluiu.
Ontem, Mourão, indicou que o Bolsonaro vai colocar em prática uma reforma ministerial. De acordo com o general, uma das trocas que devem ocorrer é no Ministério das Relações Exteriores, com Ernesto Araújo deixando o cargo. As alterações aconteceriam para agradar a base do governo na Câmara, que deve votar em peso no deputado Arthur Lira (PP-AL) para o comando da Casa.
De acordou com Mourão, as mudanças devem ocorrer em breve. "Não tenho bola de cristal, nem esse assunto foi discutido comigo. Mas em um futuro próximo, depois da eleição dos novos presidentes das duas Casas do Congresso, poderá ocorrer uma reorganização do governo para que seja acomodada uma nova composição política que emergir desse processo. Talvez com isso aí alguns ministros sejam trocados, entre eles, o próprio Ministério das Relações Exteriores", declarou Mourão em entrevista à Rádio Bandeirantes.
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