Líderes religiosos de igrejas católicas e evangélicas protocolaram na tarde desta terça-feira (26/1), na Câmara dos Deputados, um pedido de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro. No documento os representantes acusam o chefe do Executivo de ter agido com negligência na condução da pandemia da covid-19.
Na lista, que conta com quase 400 assinaturas, estão padres católicos, anglicanos, luteranos, metodistas e, também, pastores. Embora sem o apoio formal das igrejas, o grupo tem o respaldo de organizações como o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil, a Comissão Brasileira Justiça e Paz da Confederação Nacional de Bispos do Brasil (CNBB) e a Aliança de Batistas do Brasil.
“Estamos representando o coletivo de pessoas cristãs e evangélicas que se mobilizaram para realizar um novo pedido de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro. A motivação principal deste pedido está relacionado a ausência total de iniciativas da parte do governo para diminuir os impactos da pandemia e da ausência total de políticas diante do que a gente consegue acompanhar em Manaus e em toda a região amazônica que está morrendo sufocada”, argumentou a pastora Romi Márcia Bencke, presidente do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil.
Apesar do pedido de impeachment, Márcia reforçou que a base de apoio do presidente é formada por religiosos conservadores, e que por isso, seria importante a participação do grupo neste momento. “A gente sabe que esse sufoco de Manaus é o sufoco do país inteiro, porque nós temos um governo que nega o direito à vida das pessoas cristãs. Sabemos que a base de apoio do presidente Bolsonaro é cristã conservadora. Por isso que nós juntamos pessoas cristãs das mais diferentes religiões para articular e concretizar esse pedido de impeachment”, completou.
Pedido de número 62
Esse já é o 62º pedido de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro protocolado até o momento na Câmara dos Deputados. Nesta quarta-feira (27), partidos de esquerda como PT, PDT, PSB, PSOL e PC do B, além da Rede, também vão protocolar um outro pedido de afastamento de Bolsonaro, desta vez com o mote "Pelo impeachment, pela vacina e pela renda emergencial".
Recentemente, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que a abertura de um pedido de afastamento contra Bolsonaro será “inevitável” no futuro. Diante da recente crise sobre a compra de insumos para a produção de vacinas contra a Covid-19, o assunto começou a tomar repercussão dentro do Congresso e cerca de 150 deputados se manifestaram favoráveis ao afastamento do chefe do Palácio do Planalto.
Saiba Mais
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.