O deputado Baleia Rossi (MDB-SP), candidato à presidência da Câmara, reagiu com irritação depois de ser apontado pelo ex-presidente da Casa Eduardo Cunha (MDB-RJ) como um dos mentores do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Rossi disse que Cunha — ex-parlamentar cassado, condenado e preso dentro da operação Lava Jato — está fazendo campanha para seu principal adversário na disputa pelo comando da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
“O ex-deputado Eduardo Cunha deveria estar mais comprometido na sua defesa, não deveria estar fazendo qualquer análise política e muito menos campanha para o meu adversário”, disse Rossi a jornalistas, ao chegar ao Palácio do Campo das Princesas, sede do governo de Pernambuco.
Cunha é autor do livro “Tchau, Querida — O Diário do Impeachment”, um catatau de 740 páginas que deve ser lançado em abril mas que já está sacudindo o mundo político. Na publicação, ele conta os bastidores do processo que resultou no impedimento de Dilma.
A coluna de Mônica Bergamo no jornal Folha de S. Paulo teve acesso à introdução do livro. Nesta terça-feira (26/1), a jornalista noticiou que Cunha aponta Baleia Rossi, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o ex-presidente Michel Temer como os principais artífices do impeachment.
Rossi concorre à Câmara como apoio de uma frente independente de partidos criada por Maia. O PT e outros partidos de oposição — com exceção do PSol, que lançou candidatura própria — fazem parte dessa frente. Com as revelações de Cunha, a menos de uma semana da eleição na Câmara, marcada para 1º de fevereiro, a campanha do emedebista teme perder o apoio de deputados dessas legendas para Arthur Lira, candidato da preferência do presidente Jair Bolsonaro.
O ex-deputado Eduardo Cunha, quando era presidente da Câmara, foi o responsável por articular a abertura do processo que resultou na deposição de Dilma. Era uma retaliação ao PT, que havia votado a favor da cassação de Cunha, à época um dos principais alvos da Lava Jato.
Depois do impeachment da ex-presidente, Cunha foi cassado e, no momento, cumpre, em prisão domiciliar, pena de reclusão de 15 anos e quatro meses pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
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