PASTOR

Ministro diz que seu papel na Educação é mais espiritual do que político

Milton Ribeiro afirmou, ainda, que responde a inquérito no STF por defender o que é certo. PGR solicitou que fosse apurado se houve homofobia em fala do ministro dita em entrevista

Sarah Teófilo
postado em 25/01/2021 16:38 / atualizado em 26/01/2021 13:16
 (crédito:  Isác Nóbrega / Agência Brasil )
(crédito: Isác Nóbrega / Agência Brasil )

O ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmou durante um culto no último domingo (24/1), em Santos (SP), que seu papel na pasta do governo federal é “mais espiritual do que político". "Nós queremos tirar o Brasil de um rumo de desastre, em que valores como família, como criação de filhos, o que é certo, o que é errado, pudessem ser novamente restabelecidos. A Bíblia diz que haveria um tempo em que as pessoas iriam chamar o que é errado de certo, e o que é certo de errado”, disse.

As falas foram feitas por ele em uma pregação na Igreja Presbiteriana Jardim de Oração, onde Milton Ribeiro é pastor. Ele foi à cidade para visitar um colégio onde foram aplicadas provas dos Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e compareceu ao culto na cidade. Em sua fala, ainda afirmou que o inquérito o qual responde no Supremo Tribunal Federal (STF) também tem a ver com defender algo que é correto.

“Até mesmo o inquérito que eu enfrento no Supremo Tribunal Federal tem a ver com isso, com algo que Jesus não tem nenhum receio de dizer que não é o caminho certo. Estou muito tranquilo, meu coração está tranquilo. Esse é um desabafo que eu faço com a minha igreja: meu coração está tranquilo. Porque não fui chamado no Supremo Tribunal Federal para responder por desvio de dinheiro, nem por coisas erradas, mas porque eu disse o que a Bíblia diz e ponto final”, afirmou.

Homofobia

A Procuradoria-Geral da República pediu ao Supremo que fosse aberto um inquérito contra Ribeiro para apurar se houve homofobia em falas ditas por ele em uma entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo. Na ocasião, ele disse que o "homossexualismo (sic)" é "fruto de famílias desajustadas". A PGR chegou a oferecer um acordo, no qual ele teria que admitir que cometeu crime ao proferir a referida fala, mas o ministro recusou.

Ainda no culto, o ministro afirmou que “nunca houve num governo do Brasil um grupo de ministros com três pastores”. “E uma das coisas que eu tenho feito questão de dizer é que eu não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê. Eu simplesmente não me envergonho. Eu simplesmente digo a todo lugar, a toda hora, a todo tempo, e fora de tempo, que eu creio, em quem eu creio e muitas vezes nas minhas reuniões no ministério eu falo a respeito da minha fé, daquilo que eu tenho por valor, por princípio”, afirmou.

O ministro acredita que “foi por isso que Deus” o colocou onde está. “Quero aproveitar as oportunidades, e Deus tem me dado essa oportunidade. Tem me dado uma oportunidade de ter conversas a sós com o presidente da República, de orar por ele, de pedir a Deus direção e sabedoria. Tivemos no meio da semana uma reunião só de ministros para enfrentamento de tudo o que passamos e logo depois se reuniu um grupo de ministros para orar. Num salão em que no passado as coisas mais infames eram ditas e eram feitas", afirmou.

Ribeiro ainda completou: "Vivemos tempos diferentes. Por isso eu queria crer que até as forças do inferno se levantam contra nós. Eu não tenho dúvida disso".

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