O presidente Jair Bolsonaro disse nesta segunda-feira (18/1) que “quem decide se um povo vai viver democracia ou ditadura são as Forças Armadas”. A declaração foi feita a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada.
"Por que sucatearam as Forças Armadas ao longo de 20 anos? Porque nós, militares, somos o último obstáculo para o socialismo. Quem decide se um povo vai viver na democracia ou na ditadura são as suas Forças Armadas. Não tem ditadura onde as Forças Armadas não apoiam", apontou.
Porém, o mandatário disse que “tudo pode mudar” caso a população não reconheça o valor dos militares.
"No Brasil, temos liberdade ainda. Se nós não reconhecermos o valor destes homens e mulheres que estão lá, tudo pode mudar. Imagine o Haddad no meu lugar. Como estariam as Forças Armadas com o Haddad em meu lugar?", questionou citando Fernando Haddad (PT), ex-candidato à presidência da República em 2018.
Ajuda venezuelana
No último dia 14, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ofereceu oxigênio hospitalar produzido no país e enviou ajuda para tentar amenizar o colapso no sistema de saúde de Manaus. Bolsonaro, que é crítico do país, afirmou que vai aceitar a ajuda, mas que Maduro “poderia oferecer auxílio emergencial para a população de lá também”.
“Agora se fala que a Venezuela está fornecendo oxigênio para Manaus. É White Martins, é uma empresa multinacional que está lá também. Agora, se o Maduro quiser fornecer oxigênio para nós, vamos receber, sem problema nenhum. Agora, ele poderia dar auxílio emergencial para o seu povo também. O salário mínimo lá não compra meio quilo de arroz. Não tem mais cachorro por lá, por que será? Alguma peste? Comeram os cachorros todos. Comeram os gatos todos", alfinetou.
Bolsonaro ainda teceu críticas a aparência de Maduro e seu peso. "Vem uns idiotas, eu vejo aí, elogiando: 'Olha o Maduro, que coração grande ele tem'. Realmente, daquele tamanho, 200 quilos, dois metros de altura, o coração dele deve ser muito grande. Nada mais além disso", disse rindo com apoiadores.
Presidência da Câmara e aborto
A bolsonaristas, o chefe do Executivo aproveitou para reafirmar sua agenda de costumes e defendeu que caso seu candidato Arthur Lira saia vitorioso, projetos sobre a legalização do aborto não serão aprovados. Indiretamente, ele atacou a candidatura de Baleia Rossi (MDB-SP).
"Acho que o Parlamento nosso ainda não aprovaria isso, não. A configuração, né... Acho que não vingaria um projeto neste sentido. Poderia vingar com a Mesa sendo de esquerda. Tem uma parte da esquerda com o (presidente da Câmara) Rodrigo Maia. Rodrigo Maia tem um grande apoio da esquerda aqui no Brasil. PT, PC do B e PSOL estão com ele. Se crescesse essa quantidade de pessoas na Mesa, (o aborto) poderia entrar em pauta", comentou.
Por fim, Bolsonaro também fez críticas ao Vaticano sobre a aprovação do aborto na Argentina. "A Argentina aprovou o aborto. O papa falou alguma coisa ou não?", questionou. Um dos homens presentes rebateu: "Não falou uma palavra. Não é uma atitude de papa", disse o apoiador.
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