CONGRESSO

Câmara dos Deputados terá eleições presenciais em 1º de fevereiro

A expectativa é de que 3 mil pessoas circulem na Casa no dia do pleito. Cabines ficarão distribuídas no Salão Verde e no Salão Negro, para evitar aglomerações

Luiz Calcagno
postado em 18/01/2021 14:05 / atualizado em 18/01/2021 14:05
 (crédito: Najara Araujo/Câmara dos Deputados)
(crédito: Najara Araujo/Câmara dos Deputados)

As eleições para a presidência da Câmara marcadas para o próximo dia 1º de fevereiro serão presenciais. O evento mobiliza os 513 deputados e, de acordo com o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a expectativa é que chegue a 3 mil o número de pessoas que circularão pelo Congresso, incluindo funcionários, assessores e a própria imprensa.

A decisão foi votada pela Mesa Diretora na manhã desta segunda-feira (18/1). Maia vinha articulando para desobrigar parlamentares mais velhos ou com comorbidades de participarem presencialmente, mas saiu vencido na decisão, e lembrou, em coletiva, da posse do presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, quando que diversas autoridades foram contaminadas.

“Se você cruzar o número de deputados que estão no grupo de risco, não é tão grande. A maior parte já teve o vírus. Mas temos que mobilizar mais de 2 mil funcionários da administração direta e indireta, e a imprensa. Então, tem uma circulação mínima de 3 mil pessoas no dia da votação. Eu entendia que, pelo menos no cruzamento daqueles que estão no grupo de risco, que pudessem ter o direito de votar de forma remota, isso reduziria a presença de parlamentares e, automaticamente, de servidores, ao mesmo momento, no ambiente da Câmara, e que sabemos que são de pouca circulação de ar”, afirmou Maia.

Maia destacou que ninguém foi culpado pela morte do ministro do STJ, Hamilton Carvalhido, que, aos 79 anos, perdeu a luta contra o novo coronavírus. Ele contraiu a doença na posse de Fux. O presidente da Câmara lembrou contudo que o ambiente dos prédios públicos não garante boa circulação de ar, aumentando o risco de infecção. “Vimos o que aconteceu no STF na posse do presidente Fux. Quantas pessoas foram contaminadas. E um ex-ministro do STJ ontem (domingo) faleceu. Estava presente na posse. Não por culpa de alguém. Mas esses prédios são de pouca circulação de ar. E quanto maior a circulação de ar, menor o risco de contágio. Por isso, foi o que defendemos para proteger, não apenas deputados e deputadas no grupo de risco, mas, principalmente, funcionários da Casa e a imprensa, já que fizemos eleições da mesa de forma remota. Mas, a mesa é soberana”, destacou.

Protestos marcados

A votação deverá ocorrer na noite do primeiro dia de fevereiro. Mas a expectativa é que, como o sistema é eletrônico, o processo não entre madrugada adentro. O presidente da Câmara ironizou as afirmações de Jair Bolsonaro, que se posiciona favorável ao voto impresso, supostamente, para evitar fraude. “Achei até que a parte contaminada pelo governo ia pedir o voto impresso. Parece que vem manifestantes para pedir apoio ao candidato do governo e pedindo ‘voto impresso já’. Veja o risco que estamos correndo para a eleição de 2022. Mas, tenho certeza que o ministro Alexandre de Moraes será um presidente, durante o processo eleitoral de 2022, com bastante comando sobre o processo”, disse.

“Aqui, vamos trazer parlamentares de 27 estados, no momento de crescimento da pandemia, que vão trazer e levar o vírus de seus estados. A gente vê o que acontece em Manaus. Começamos a ver que a taxa de contágio em São Paulo atingiu indicador acima de 1 em todas as regiões, e a impressão é que em duas, três, quatro semanas, teremos um aumento rápido dos casos de coronavírus, e em uma segunda onda, onde parece, por informações médicas, que o vírus contamina mais, leva mais pessoas à UTI, e é mais letal que o que tivemos no primeiro semestre, início do segundo semestre do ano passado”, alertou.

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