O presidente Jair Bolsonaro questionou nesta segunda-feira (18/1) a questão do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que compara a desigualdade salarial entre os jogadores de futebol Marta Vieira da Silva e Neymar Junior. Ele criticou o banco de questões do exame, que, segundo ele, foi feito em governos anteriores.
“Você vê as provas do Enem, o banco de questões do Enem não é do meu governo, é de governos anteriores. Tem questões ridículas ainda, tratando do assunto, comparando mulher jogando futebol e homem: "Porque que a Martha ganha menos que o Neymar?”, citou.
Em seguida, Bolsonaro defendeu que os pagamentos não devem ser comparados, uma vez que o futebol feminino "não é uma realidade no Brasil". Ele alegou que a diferença salarial se deve à iniciativa privada e não ao machismo.
“Não tem que ter comparação. Futebol feminino ainda não é uma realidade no Brasil. O que o Neymar ganha por ano, todos os times de futebol juntos não faturam por ano. Como é que vai pagar para Marta o mesmo salário? Isso chama-se iniciativa privada. É ela que faz o salário, que mostra para onde o mercado deve ir. Então, (o Enem) faz questões absurdas sempre pregando igualdade, mas por baixo”, disse a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada.
Taxa de abstenção
O mandatário, no entanto, não comentou sobre a alta taxa de abstenção na prova.Só em Brasília, os inscritos no Enem 2020, cuja primeira etapa aconteceu na tarde de domingo (17), totalizaram 113.177. No entanto, em meio à pandemia do novo coronavírus, muita gente decidiu ficar em casa. Na capital, a taxa de abstenção foi de 51,2%, a maior até hoje.
Aulas presenciais
O presidente também comentou a respeito de pedidos de volta às aulas presenciais em universidades. A um apoiador que disse ser aluno da Universidade de Brasília (UnB) e falou sobre a questão, Bolsonaro rebateu: "O problema não é eu não. Tem uma justiça aí que muitas vezes é contra”, alegou.
“Chama-se autonomia universitária”, completou o presidente. O homem respondeu que é preciso acabar com essa autonomia das universidades. Por fim, Bolsonaro apontou: “Passa pelo Parlamento isso aí, tem que ser uma emenda constitucional”, concluiu.
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