O presidente Jair Bolsonaro se eximiu de culpa sobre o atraso nas vacinas e o aumento de casos da covid-19 no país. Na tarde desta sexta-feira (15/01), ele reclamou da medida do Supremo Tribunal Federal (STF) que conferiu a governadores e prefeitos o poder de decidir localmente sobre políticas de isolamento social e fechamento de comércios para conter a doença. Segundo ele, com isso suas decisões a respeito da pandemia foram "tolhidas". O mandatário também comentou sobre eventual abertura de processo de impeachment.
"Só Deus me tira daqui. Não existe nada de concreto contra mim. Agora, me tirar na mão grande, não vão me tirar. Aí é outra história. Querer inventar uma fake news, uma narrativa para me tirar daqui. Qual moral tem João Doria e o Rodrigo Maia em falar de impeachment ou me acusar de tudo isso que está acontecendo aí se eu fui impedido pelo STF de fazer qualquer ação em combate ao coronavírus em estados e municípios? Eu tinha que estar na praia uma hora dessas. Pelo STF, eu tinha que estar na praia agora, tomando uma cerveja. O Supremo falou isso para mim. O erro meu agora foi não atender ao STF e estar interferindo, ajudando quem está morrendo em Manaus”, disse em entrevista ao Datena.
No ano passado, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, afirmou que a decisão da Corte, que deu maior poder aos estados e municípios nas ações de combate contra o novo coronavírus, não retirou o dever do presidente Jair Bolsonaro de também atuar no enfrentamento da pandemia.
Para o ministro, a resolução do STF “não eximiu” o governo federal de suas responsabilidades, mas “pelo contrário, só reforçou a competência dos (Poderes) Executivos”.
Ainda segundo Fux, “o Supremo não exonerou o Executivo federal de suas responsabilidades, porque a Constituição prevê que nos casos de calamidade as normas federais gerais devem existir. Entretanto, como a saúde é direito de todos e dever do estado, em um sentido genérico, o estado federativo brasileiro escolheu o estado federado em que os estados têm autonomia política, jurídica e financeira”, observou.
Doria
Bolsonaro também alfinetou o governador de São Paulo, João Doria. "João Doria, se o senhor tem vergonha na cara, critica o Supremo Tribunal Federal que me proibiu de realizar qualquer ação de combate ao covid. O Supremo me proibiu. Critique o Supremo. Se o Supremo não tivesse me proibido, eu teria um plano diferente do que foi feito, que é a simplicidade de fechar tudo e ir pra Miami, e o Brasil estaria em situação completamente diferente, tenho certeza disso", declarou.
"Se o João Doria tivesse o mínimo de vergonha na cara, esse calcinha apertada, ele falaria que o Supremo Tribunal Federal me tirou de combate para as ações contra a covid", emendou. Mais cedo, o tucano chamou Bolsonaro de facínora.
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