Governadores e bancadas estaduais com poucos membros estão na mira dos candidatos à Presidência da Câmara, como Baleia Rossi (MDB-SP), chancelado pelo atual mandatário da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e Arthur Lira (PP-AL), respaldado pelo Palácio do Planalto. Os dois estão viajando e se reunindo com parlamentares e chefes de Executivos locais para aumentar suas bases até fevereiro. O cenário que os adversários enfrentam, hoje, é de um plenário polarizado — com deputados que se apresentam como terceira via no pleito, enfraquecidos. Por outro lado, ainda incertezas, além da complicada situação do PSL, que dá aval a Baleia Rossi, mas tem uma maioria bolsonarista com Lira, o que deixa o panorama nublado para o próximo mês.
O líder do DEM, Efraim Filho (PB), acredita que, independentemente do vencedor, a disputa caminha para uma definição em primeiro turno. Na opinião dele, os candidatos que se apresentam como terceira via não terão mais de 20 votos. Isso favoreceria o ganhador, que levaria mais votos do que os 50% mais um dos 513 deputados (um mínimo de 257) para emplacar a vitória em primeiro turno. “Se outro candidato levasse 90 votos, teríamos um segundo turno. Mas, com 10, 15 ou 20, não é a tendência”, avaliou o líder partidário.
O deputado Afonso Florence (PT-BA), que, inicialmente, foi favorável à candidatura de um parlamentar de esquerda em detrimento à de Baleia Rossi, também vê na falta de força de outros candidatos uma evidência de que a disputa poderia se resolver no primeiro turno. Já fechado com Rossi, ele destacou, porém, que é cedo para cantar a pedra. O petista ressaltou, justamente, as deserções. “Partidos como PRB (Republicanos), Avante e PSL estão indo para o outro lado. Em contrapartida, os deputados de partidos de oposição, inicialmente contrários, têm admitido Baleia. Então, neste momento, eu considero cedo para afirmar”, ponderou.
De qualquer forma, os candidatos estão na batalha, percorrendo o país. Baleia Rossi tirou a semana para visitar Piauí, Ceará, Bahia e Santa Catarina. Ele conta com apoio de governadores dos nove estados do Nordeste. O suporte é importante, pois os chefes de Executivos estaduais têm influência sobre os deputados eleitos pelas unidades. Lira, no entanto, também trabalha na região. O líder do Centrão oferece mais espaço para votação de projetos de lei individuais e para a agenda de bancadas menores. A ideia é dedicar as sessões das quintas-feiras a essas proposições. Na toada, o candidato de Jair Bolsonaro já percorreu a Região Norte, esteve em Tocantins e, agora, segue os passos do adversário.
As agendas dos candidatos mostram que tanto Lira quanto Rossi estão com estratégias parecidas. Um interlocutor do emedebista admitiu que o aval do governo pode ajudar, mas não resolverá a situação do líder do Centrão. Para apoiadores, o bloco do candidato de Maia ainda é maior. Eles criticam a presença de Marcelo Ramos (PL-MA) como vice na chapa do político do PP. Ramos teve muitas dificuldades com o governo quando presidia a comissão especial da reforma da Previdência.
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