CONGRESSO

Simone Tebet é escolhida candidata do MDB à presidência do Senado

Anúncio foi feito nesta terça-feira (12/1); partido preferiu escolher um nome não alinhado ao Planalto, após Bolsonaro dar aval à candidatura de Rodrigo Pacheco (DEM-MG)

Jorge Vasconcellos
postado em 12/01/2021 19:20 / atualizado em 12/01/2021 19:21
 (crédito: Pedro França/Agência Senado
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(crédito: Pedro França/Agência Senado )

O MDB decidiu indicar a senadora Simone Tebet (MS), nesta terça-feira (12/1), como candidata do partido à presidência do Senado. A escolha da parlamentar, que até então não era uma tendência majoritária dentro da bancada, foi uma reação ao apoio do presidente Jair Bolsonaro à candidatura de Rodrigo Pacheco (DEM-MG), segundo relato de lideranças emedebistas. Tebet é vista, dentro da legenda, como o nome mais viável para atrair adesões de forças não alinhadas ao Planalto, como o PSDB e o Podemos.

O anúncio da candidatura foi feito em Brasília pelo líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (AM), após solenidade de filiação, ao partido dos senadores Veneziano Vital do Rêgo (PB) e Rose de Freitas (ES). Com esses dois novos quadros, o MDB, que já tinha a maior bancada da Casa, passa a contar com 15 senadores.

Eduardo Braga era um dos que também concorreram à indicação emedebista para a sucessão de Davi Alcolumbre (DEM-AP) na presidência do Senado. Além dele, outros postulantes eram Eduardo Gomes (TO) e Fernando Bezerra Coelho (PE), líderes do governo, respectivamente, no Congresso e no Senado. A eleição está marcada para 1º de fevereiro.

Presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Tebet se fortaleceu na disputa interna do partido depois que Bolsonaro deu aval, na última sexta-feira (8), à decisão de Alcolumbre de indicar o nome de Rodrigo Pacheco à sua sucessão.

Ante a falta de isenção do Planalto na disputa, o MDB decidiu escolher um nome de perfil independente, não alinhado ao governo. Também pesou na decisão o apoio do PT à candidatura de Pacheco, formalizado na segunda-feira (11). O MDB, agora, vai buscar o apoio do PSDB e do Podemos, com o objetivo de formar uma aliança que garanta 31 votos à candidatura de Tebet.

A parlamentar de Mato Grosso do Sul, após ter a candidatura formalizada, disse que, caso eleita presidente do Senado, procurará manter a independência do Congresso em relação aos demais Poderes. Porém, ressaltou, apoiará o Executivo nas pautas prioritárias para o país.

"Significa uma independência harmônica a favor do Brasil, que precisa, mais do que nunca, da força do Senado Federal, nos momentos mais difíceis da nossa história. O Congresso Nacional tem uma grande responsabilidade: ajudar o governo num plano nacional de imunização para que nós possamos voltar a nossa rotina e salvar vidas. Estar junto com o governo federal na apresentação, discussão e aprovação das reformas estruturantes", afirmou a congressista.

Em nota, o MDB reafirmou a responsabilidade com a condução equilibrada da pauta legislativa para tirar o país da crise provocada pela pandemia.

"A independência no comando do Legislativo é de fundamental importância nesse período de crise, em que o interesse público precisa estar acima de qualquer disputa ideológica e política na reconstrução da economia, e na imunização universal e gratuita contra o covid-19", diz o comunicado, que ressalta que a escolha de Simone Tebet como candidata foi uma decisão unânime da bancada emedebista no Senado.

"Reafirmamos, também, o compromisso do MDB com a responsabilidade fiscal e social, com uma agenda de reformas estruturais urgentes, com a sustentabilidade ambiental, a redução das desigualdades sociais, a adoção de políticas capazes de frear o desemprego e alavancar a economia, além de um amplo programa nacional de imunização nacional contra a covid-19", acrescenta a nota da sigla.

Concorrência

Rodrigo Pacheco (DEM-MG) recebeu, nesta terça-feira, o apoio do PL a sua candidatura à presidência do Senado. A legenda, que pertence ao Centrão, contra com três senadores. Agora, os partidos em torno de Pacheco (DEM, PSD, PT, PROS, Republicanos e PL) totalizam 30 senadores.

“A importância disso é que o PL vai unido com todas as suas forças participar da próxima gestão do Senado com a presidência do nosso senador Rodrigo Pacheco”, afirmou o líder do PL na Casa, Carlos Portinho (RJ).

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