O ex-deputado José Alencar Furtado, 95 anos, morreu, na madrugada de ontem, no apartamento dele, em Brasília, em decorrência de problemas renais e cardíacos. Advogado e político, ele exerceu três mandatos de deputado federal pelo Paraná e foi cassado pela ditadura militar.
O ex-parlamentar nasceu em Araripe, no Ceará, em 11 de agosto de 1925. Militante da Esquerda Democrática, uma dissidência udenista que originaria o Partido Socialista Brasileiro (PSB), foi um dos fundadores da legenda no estado. Transferindo-se para o Paraná, foi advogado na prefeitura de Paranavaí.
Após o golpe militar que depôs João Goulart, em 1964, ingressou no MDB e foi eleito suplente de deputado estadual, em 1966, e presidente do diretório regional da legenda (1969-1970). Eleito deputado federal em 1970 e 1974, chegou a ser líder de bancada, sendo parte do grupo dos chamados “autênticos” do MDB. No entanto, teve o mandato parlamentar cassado em 30 de junho de 1977. Privado de seus direitos políticos, ajudou o filho Heitor Alencar Furtado a se eleger deputado federal pelo Paraná, em 1978.
De volta à cena política após a decretação da anistia, pelo presidente João Figueiredo, reelegeu-se deputado federal em 1982 pelo então PMDB. No mesmo ano, porém, foi abalado pela morte de Heitor, assassinado durante a campanha pela recondução a deputado federal.
Após a vitória de Tancredo Neves para a Presidência da República, Alencar Furtado acabou por entrar em colisão com o partido, ao disputar a Presidência da Câmara contra Ulysses Guimarães, em 1985. No pleito de 1986, disputou o governo do Paraná pelo PMB, em chapa com o então pedetista Jaime Lerner, mas foi derrotado por Álvaro Dias, do PMDB. Furtado deixa viúva, três filhas e um neto. (IS)
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