O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) afirmou nesta segunda-feira (11/01) que não enxerga no atual cenário político uma liderança consistente capaz de enfrentar o presidente Jair Bolsonaro na corrida à reeleição em 2022. A declaração foi dada à Rádio Gaúcha.
“Hoje não tem liderança consistente de oposição ao presidente Bolsonaro. Vai ter que ainda andar. O pessoal vai ter que remar um pouquinho mais para poder aglutinar apoios e, a partir daí, apresentar uma liderança viável para o restante da população”, declarou.
A respeito de uma possibilidade de frente ampla de partidos para lançar um único candidato, o vice-presidente apontou que considera a opção “difícil”. “Acho difícil, porque os interesses são muito fragmentados aqui no Brasil”, ressaltou.
Ainda que tente desconversar sobre se candidatar à reeleição daqui a dois anos, Bolsonaro tem cogitado outros nomes para vice, como o das ministras Tereza Cristina (da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e Damares Alves (da Mulher, Família e Direitos Humanos).
Com isso, ventila-se que o general Mourão avalia saídas para o seu futuro. Ele já chegou a admitir que poderia se candidatar a uma vaga no Senado e que, a princípio, não pensa em tentar disputar o governo do Rio Grande do Sul, seu estado natal. Na entrevista, Mourão disse que não pretende se candidata ao governo estadual.
“Hoje não está no meu horizonte ser candidato ao estado do Rio Grande do Sul. Seria, vamos dizer assim, uma tarefa de extremo orgulho pra mim de dirigir por um período o nosso estado, mas sei que tem gente com bastante competência, que está se preparando para isso, e aí vamos aguardar o momento”.
Questionado sobre um eventual cargo no Senado, Mourão desconversou. E completou, rindo: “Vamos aguardar o momento em que esses candidatos se apresentem para eu ver se eu vou apoiar um ou outro, pô”, concluiu.
Voto impresso
O vice-presidente defendeu o voto impresso, a exemplo do presidente Bolsonaro. “A questão do voto impresso, se discute muito a questão da auditoria desse nosso voto eletrônico. Eu, na minha visão de cidadão, não vejo nenhum problema de que, na hora que eu digitar os meus numerozinhos lá na urna, saia um boleto, como quando você vai ao banco e digita no terminal eletrônico. E aquele boleto depois você coloca na urna do lado, de modo que, depois, poderia ter uma conferência. Eu não vejo nenhum problema nisso aí”, apontou.
“Isso acabaria com toda e qualquer dúvida. Tem gente que diz que digitou, mas não saiu o que digitou. A partir do momento que você digitar e sair o comprovante em quem você votou, acho que acaba essa discussão. Eu sou a favor do voto impresso”, pontuou.
Na semana passada, Bolsonaro reforçou que, caso a eleição brasileira não ocorra por meio de cédulas, o país enfrentará um problema maior do que os EUA, que teve o a sede do Poder Legislativo, o Capitólio, invadido. “Se nós não tivermos o voto impresso em 22, uma maneira de auditar o voto, nós vamos ter problema pior que os Estados Unidos”, disse Bolsonaro.
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