Vacinas

Próxima reunião com Pfizer será gravada para "evitar mal entendido", diz Mourão

Empresa e Ministério da Saúde divulgaram informações divergentes sobre o número de doses da vacina contra a covid-19 oferecidas ao Brasil. Vice-presidente voltou hoje ao trabalho, após se recuperar da doença

Ingrid Soares
postado em 11/01/2021 11:50 / atualizado em 11/01/2021 11:55
 (crédito: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
(crédito: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB), afirmou nesta segunda-feira (11/01) que o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, manifestou a ideia de gravar a próxima reunião com representantes da Pfizer. Mourão disse que o objetivo é evitar dúvidas e mal entendido na população. A declaração foi dada à Rádio Gaucha.

Pazuello havia declarado que a Pfizer teria oferecido ao Brasil apenas nove milhões de doses da vacina contra covid-19 até junho, das quais as primeiras 500 mil seriam entregues em janeiro. A empresa, no entanto, contradisse o ministro e afirmou, por meio de nota, ter ofertado ao governo brasileiro 70 milhões de doses, parta das quais seria entregue a partir de dezembro de 2020.

“A única coisa que eu posso dizer, como não participei dessas reuniões, foi uma conversa que tive com o ministro da Saúde de que a próxima reunião com a Pfizer ele iria gravar. É aquela história, aquele disse me disse numa reunião dessa natureza e, depois, quando se abrem- as portas da reunião, cada um fala o que melhor lhe aprovar e, em consequência, gera essas dúvidas que terminam por contaminar a nossa população.”, observou o vice-presidente.

Mourão disse que toda reunião do tipo deveria ser gravada. “Considero que todo tipo de reunião dessa natureza entre ente público e privado deve ser gravado para evitar mal entendido”, ressaltou.

Guerra da vacina

O vice-presidente também falou sobre a briga pelo capitaneamento da vacina, disputada pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo governador paulista, João Doria. “Houve, sim, uma discussão política entre o nosso governo e o governo lá de São Paulo em torno da questão da vacina, o que acho extremamente prejudicial”, apontou.

Mourão destacou que a tensão “não foi boa para ninguém”. “O Doria avançou o sinal. Ele sempre procurou colocar como se fosse o amigo da ciência e o governo federal fosse o inimigo. Isso levou a uma tensão que não foi boa para ninguém. Em nenhum momento, nos negamos a buscar a aquisição da vacina que fosse eficiente e eficaz para a nossa população.”

Covid-19

Mourão recebeu alta médica na sexta-feira (8/01), após ter sido diagnosticado com covid-19 no último dia 27. O general, de 67 anos, retornou hoje ao trabalho, no Palácio do Planalto. Nos últimos dias, ele manteve isolamento na residência oficial do Palácio do Jaburu e precisou fazer exercícios respiratórios, orientado por um terapeuta, para complementar a recuperação. No entanto, disse que a doença não o afetou gravemente.

“Não teve a gravidade que, infelizmente, acometeu outras pessoas, inclusive amigos meus. Passei uns dois dias com febre e dor no corpo, que, depois, desapareceram. Não foi algo extremamente complicado para mim”, contou.

Mourão também fez uso, de acordo com recomendação médica, de hidroxicloroquina, Annita, Azitromicina e remédio para dor e febre, informou anteriormente a equipe do vice-presidente.

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