As legendas de esquerda que, na segunda-feira (4/1), declararam apoio a Baleia Rossi (MDB-SP) para a Presidência da Câmara esperam que o PSol se una ao bloco do deputado, escolhido por Rodrigo Maia (DEM-RJ) para sucedê-lo. Mesmo que, tradicionalmente, o PSol lance candidatura própria, há um entendimento amplo, entre líderes das outras legendas, de que avalizar qualquer outro nome será dar votos para Arthur Lira (PP-AL), candidato do presidente Jair Bolsonaro.
PT, PCdoB, PSB, PDT e Rede oficializaram o apoio a Rossi sob o argumento de que essa é uma estratégia para manter a Câmara independente do governo Bolsonaro. O PSol, no entanto, não definiu sua posição, embora a líder da legenda na Casa, Sâmia Bomfim (SP), ter dito ser favorável ao apoio a Baleia Rossi, ao menos em um segundo turno.
De acordo com ela, não se trata de uma “questão de princípio, mas, sim, de uma questão tática”. “Vai ser inevitável dar o voto a ele no segundo turno. É uma questão de analisar o cenário. E, para mim, o pior dos mundos é a Câmara ser presidida por um bolsonarista”, frisou. “Seria mais difícil a nossa situação. A nossa prioridade maior é derrotar Bolsonaro e mostrar o movimento do PSol nesse sentido. E isso passa pela escolha da definição do candidato a presidente da Câmara.”
Ao Correio, a parlamentar afirmou que uma reunião está marcada para o próximo dia 15, com a bancada, a fim de definir o caminho. Ela entende que o encontro poderia ser adiantado, mas também concorda que o assunto deve ser bem debatido internamente, sem atropelos. A bancada tem 10 deputados.
Líder do PCdoB, Perpétua Almeida (AC) ressaltou que “não é hora de marcar posição”. “É hora de ajudar a derrotar uma agenda negacionista e reacionária. É muito importante a Câmara ser independente. Marcar posição é tirar voto da esquerda ou do centro”, avaliou. Vice-líder do PSB, Elias Vaz (GO) opinou que “lançar candidatura própria, hoje, é fortalecer Arthur Lira”. “Esse é o desejo do Lira: enfraquecer um bloco que é forte”, emendou.
Sâmia, porém, não concordou que o PSol daria votos a Lira ao lançar candidatura própria, visto que o nome apoiado pelo chefe do Executivo não terá voto de nenhum deputado da legenda. “Vamos atuar para derrotar Bolsonaro”, enfatizou.
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