O presidente Jair Bolsonaro afirmou, durante live nesta quinta-feira (31/12), que o Governo Federal poderá comprar a vacina contra a covid-19 produzida pela farmacêutica Moderna. Nesta semana, um estudo publicado no New England Journal of Medicine afirmou que o imunizante tem eficácia de 94,1% contra a doença.
“Além da (vacina da) Pfizer, temos uma outra agora da Moderna, que poderá ser adquirida para o Brasil. O que falta? Falta decidir quem vai tomar e quem não vai tomar a vacina”, disse o presidente durante a transmissão.
Segundo o presidente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Ministério da Saúde vão definir se pessoas que foram infectadas pelo novo coronavírus e produziram anticorpos vão ou não receber o imunizante contra a covid-19. A vacina começou a ser aplicada nesta semana na população dos Estados Unidos.
“Em parte, já estão definidos os grupos. Tem que acertar com a Anvisa e o Ministério da Saúde quem já foi infectado ou não, para ver se pode tomar ou não porque produziu anticorpo. No meu caso particular, como já fui infectado, já tenho anticorpos, eu não vou tomar a vacina”, disse o presidente.
Na mesma transmissão, Bolsonaro culpou a alta no preço das vacinas pela demora do Ministério da Saúde na compra de agulhas e seringas. Um pregão da pasta garantiu menos de 3% do necessário para o plano de imunização em todo o país.
"Sabe para quanto foi o preço da seringa? Sabe quanto está a produção disso? Como o mercado reagiu? Quando a procura é enorme e a produção não é grande..", justificou.
Governo Doria
Durante a live, Bolsonaro voltou a criticar o governador João Doria (PSDB) pelas medidas de isolamento adotadas no estado de São Paulo. Na última semana, o presidente afirmou, sem provas, que a vacina CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan, estava com a eficácia "lá embaixo".
"Tem que estar no meio do povo. Tu não sabe o que é povo. Não sabe o que é sentir o cheiro do povo, nunca entrou na casa de um pobre. Sempre fiz isso minha vida toda", afirmou Bolsonaro, em recado a Doria.
O presidente deu as declarações ao comentar o decreto do governador paulista que colocou o estado na fase vermelha, a mais restritiva, após o Natal e a partir de 0h do dia 1, até 3 de janeiro.