Personagens que merecem atenção neste ano pré-eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro, o empresário e apresentador Luciano Huck e o ex-juiz Sergio Moro têm em comum o fato de não terem partido definido para o pleito de 2022. Desse trio, Bolsonaro, único candidato líquido e certo, não escolheu para onde vai, porque sabe que, quanto mais demorar, mais tempo deixará todas as legendas que o apoiam “travadas”. Ou seja, bloqueadas para potenciais adversários do projeto bolsonarista.
Huck e Moro sequer decidiram se serão candidatos. A ida de Moro para os Estados Unidos, depois de seis meses fora do ministério, indica que, pelo menos em 2021, ano das “entregas” do governo, o ex-juiz estará fora do combate por aqui. Mas, isso não quer dizer que deixará de dar o ar da graça. Dia desses, por exemplo, perguntava em seu Twitter se havia presidente em Brasília e “quantas vítimas ainda teríamos que ter para que o governo abandonasse o negacionismo” em relação à pandemia.
Huck passou 2020 em lives e no seu trabalho de apresentador, que o mantiveram em evidência. Porém, o fato de as urnas de 2020 terem apostado mais na experiência e nos “conhecidos” deixou os partidos meio cabreiros em relação a um nome tão fora do xadrez político. Esse humor dos eleitores será medido mês a mês. Se Bolsonaro se mantiver no patamar em que está, e melhorar avaliação este ano, vai ser difícil esses dois candidatos, sem tradição em nenhum partido, conseguirem angariar apoios e conquistarem grandes legendas.
Olho neles I
Alguns dos novos prefeitos serão acompanhados bem de perto, como promessas para vôos mais altos no futuro. Em especial, o do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (DEM), o de Recife, João Campos (PSB), e o de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD).
Olho neles II
Kalil, reeleito, terá que fazer entregas à população da cidade e é visto como potencial candidato ao governo estadual, daqui a dois anos. Campos não pode ir com muita sede ao pote, nem culpar qualquer herança maldita, porque o antecessor, Geraldo Júlio, é do seu partido. Já Paes pode deitar e rolar nas críticas ao gestor anterior –– Marcelo Crivella.
"A cada R$ 1,00 de salário mínimo, são cerca de R$ 450 milhões em despesas anualizadas. O impacto de R$ 1.088 para R$ 1.100 é, portanto, superior a R$ 5 bilhões. Mas, parece que contas pouco importam. O que vale é repetir feito papagaio que o teto será cumprido”
do diretor da Instituição Fiscal Independente, Felipe Salto, em seu Twitter
Por falar em R$ 5 bilhões...
Esse é o valor que as autoridades projetam para empréstimo da mais nova fase do Pronampe, o programa de socorro às pequenas e micro empresas. A culpa, além, é claro, da demora do governo em sancionar a medida, foi atribuída aos bancos. A maioria não se preparou para liberar rapidamente os R$ 10 bilhões sancionados em 29 de dezembro.