Em mais um round da disputa pela presidência da Câmara, o deputado Arthur Lira (PP-AL), candidato apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro, rebateu as declarações de Rodrigo Maia (DEM-RJ) pela rede social Twitter. Segundo Lira, é “difícil entender a obsessão pela oposição e independência de ocasião”. “O atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia, legitimamente teve apoio de Michel Temer e até de Jair Bolsonaro ali no início de 2019”, escreveu.
Em resposta a si mesmo na rede social, continuou: “Nem por isso foi subserviente ou acusado de anti-democrático ou autoritário. A Casa só é independente quando a vontade de seus membros se faz valer. Essa é a independência de verdade.”
Embora não possa ser reeleito, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, construiu um bloco de partidos que pode assegurar a maioria na disputa pelo comando da Casa, cuja eleição é em 1º de fevereiro de 2021. Maia defende que emplacar Lira é garantir o avanço da pauta de costumes, com projetos relacionados a armas, aborto e gênero. Essa agenda, segundo Maia, divide o Brasil e gera ódio entre as pessoas.
Recesso parlamentar
Lira, por sua vez, tem dito que sua candidatura é para o fortalecimento da Câmara e para dar voz à totalidade dos deputados e não somente à vontade de Maia. Em disputa também está a defesa de não fazer recesso em janeiro. Maia sustenta manter os trabalhos para avançar nas votações; Lira diz que Maia quer “articular a eleição” no período.
No meio dessa discussão, Maia desafiou o governo federal ao colocar em votação, de surpresa, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) dos Municípios, que eleva em 1% as transferências da União para o Fundo de Participação dos Municípios, o que pode retirar mais R$ 4 bilhões por ano do Tesouro Nacional.