A Procuradoria-Geral da República (PGR) abriu investigação preliminar para apurar o uso de dinheiro em espécie pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro. O procedimento foi informado em uma manifestação da instituição no Supremo Tribunal Federal (PGR).
As diligências foram abertas após pedido do advogado Ricardo Bretanha Schmidt, que levantou a suspeita de lavagem de dinheiro em razão do repasse de R$ 150 mil na compra de dois apartamentos. O jurista se baseou em uma reportagem do jornal O Globo. A publicação revelou que o parlamentar adquiriu dois apartamentos na Zona Sul do Rio, entre 2011 e 2016.
Uma das transações teria ocorrido em 2016, quando Eduardo teria adquirido um apartamento de R$ 1 milhão, e pago R$ 100 mil em "moeda corrente no país", ou seja, dinheiro vivo. A reportagem se baseia em documentos registrados em cartórios da cidade.
Ao ser consultado pelo Supremo sobre as acusações, o procurador-geral da República, Augusto Aras, destacou que advogados não têm competência para solicitar a abertura de investigação contra parlamentares com foro privilegiado, como é o caso de Eduardo.
"Notícia de fato"
No entanto, diante das informações, Aras determinou a instauração de "notícia de fato", ou seja, uma investigação preliminar. Se encontrados elementos que indiquem crimes, como lavagem de dinheiro, será solicitada, então, abertura de investigação no STF. “Caso, eventualmente, surjam indícios razoáveis de possíveis práticas delitivas por parte do requerido, que teve seu primeiro mandato como deputado federal iniciado em 1º de janeiro de 2015, será requerida a instauração de inquérito nesse Supremo Tribunal Federal”, escreveu Aras.