Bolsonaro acena para governadores

O presidente Jair Bolsonaro adotou um tom ameno, ontem, ao discursar na cerimônia de lançamento do Plano Nacional de Operacionalização da Vacina contra a Covid-19, no Planalto. O chefe do Executivo, que fez reiteradas críticas às medidas adotadas por governadores para conter a disseminação do vírus, disse que se houve “extrapolações ou exageros” foi no intuito de encontrar uma solução para o problema da pandemia. O mandatário pregou união.

“Senhores governadores, é uma honra recebê-los aqui. Outros que não comparecerem, com certeza, foi por motivo de força maior, mas a grande força que todos nós demonstramos agora é a união para buscar a solução de algo que nos aflige há meses”, afirmou. “Se algum de nós extrapolou ou até exagerou foi no afã de buscar solução. Realmente, nos afligiu desde o início. Não sabíamos o que era esse vírus, como ainda não sabemos em grande parte. Nós todos, irmanados, estamos na iminência de apresentar uma alternativa concreta para nos livrarmos deste mal, que é o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19”, completou.

Bolsonaro disse, ainda, que a pandemia está próxima do fim. “Obviamente, momentos difíceis todos nós vivemos, mas depois da tempestade, a bonança, é isso que vislumbra no horizonte do Brasil. São 27 governadores com um só propósito, o bem comum, a volta à normalidade.”

O chefe do Executivo agradeceu ao ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e a parlamentares. “Rendo minhas homenagens ao nosso ministro Pazuello, que capitaneou essa liderança. Também aos senhores deputados e senadores que nos ajudaram, e muito, nos momentos que precisávamos de uma urgência para votar projetos para socorrer estados e municípios. Vocês foram excepcionais no trato dessa questão”, elogiou.

Mais tarde, em solenidade de Ação de Graças, também no Planalto, Bolsonaro afirmou que o país está perto de “uma situação de quase normalidade”. “Quem esperava, depois de meses difíceis, chegarmos a uma situação de quase normalidade ainda em 2020? A quem devemos tudo isso? Em primeiro lugar, a Ele (Deus). E, depois, a vocês que estão aqui. Aí, os ministros incluídos, que trabalharam, incessantemente. Foram iluminados e conseguiram, com suas ações, usando para o bem a máquina do Estado, para fortalecer e dar esperança a mais de 200 milhões de pessoas”, destacou. A declaração dele ocorreu no mesmo dia em que o Brasil confirmou, pela primeira vez desde o início da pandemia, mais de 70 mil infecções pelo vírus em um único dia.