Durante visita à Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), em São Paulo, nesta terça-feira (15/11), o chefe do Executivo voltou a dizer que "não tomará a vacina e ponto final". O chefe do Executivo se referiu aos insumos em fase de análise contra a covid-19.
"Eu, Jair Bolsonaro, não sou contra a vacina. Mas sou plenamente favorável a esse tratamento que nós temos no Brasil. Eu não posso falar como cidadão uma coisa e como presidente outra. Mas, como sempre, eu nunca fugi da verdade, eu te digo: eu não vou tomar vacina. E ponto final. Se alguém acha que a minha vida está em risco, o problema é meu. E ponto final", declarou.
Bolsonaro alegou que um dos ônus da imunização é de que a vacina precisa ser aplicada novamente após algum tempo. Ele defendeu também que aqueles que não desejam tomar a vacina devem ter suas escolhas respeitadas.
"Vai pegar todo mundo"
“Desde o começo eu falei para o meu pessoal: esse vírus aí é uma chuva, vai pegar em todo mundo. E outra coisa. Você tomando a vacina, daqui a dois, três ou quatro anos, você vai ter que tomar de novo. Caso contrário, você vai ser infectado. Nós devemos respeitar quem não queira tomar, como de vez em quando alguma autoridade diz que tem que ser obrigatória. Não vai ser obrigatória”, rebateu.
O presidente disse também que deixou assinada a MP que prevê a destinação de 20 bilhões para a compra de vacinas, sem especificar o laboratório dos insumos.
“Qual vacina? Aquela que passar sob o crivo da Anvisa. Passou, a gente compra sem problema nenhum. Hoje tive com o relator da MP, conversei com ele, e ele vai botar no relatório dessa MP, até me poupa editar uma outra, entre outras coisas, que a vacina é para todo mundo, não é obrigatória, dizer também que vai ter uma cláusula lá que os laboratórios não se responsabilizam por efeitos colaterais, não interessa quais sejam. Vai ser para todo mundo, mas as condições são essas. É uma vacina que está sendo feita muito rápido. Nós vamos inocular algo em uma pessoa... nós temos que ter responsabilidade”, disse.
“Eu comecei a conversar com Pazuello para ele começar a mostrar que teria que olhar a bula desse medicamento e lá no meio está escrito que essa empresa não se responsabiliza por qualquer efeito colateral. Isso acende uma luz amarela. Você começa a perguntar para o povo, você vai tomar essa vacina se as condições são essas?”, questionou.
Bolsonaro também voltou a pedir que os governadores e prefeitos não adotem novamente o lockdown. “Não fechem tudo porque senão virá o caos, e só Deus sabe o que vai acontecer com o Brasil”, apelou.
Termo de responsabilidade
Ontem, Bolsonaro anunciou a Medida Provisória com o aval à liberação de R$ 20 bilhões para a compra de vacinas contra a covid-19. Ao fazer o anúncio, porém, o presidente ressaltou que aqueles que tomarem deverão assinar um "termo de responsabilidade".
"Não é obrigatória. Vocês vão ter que assinar o termo de responsabilidade, se quiserem tomar. A Pfizer é bem clara no contrato: "Não nos responsabilizamos por efeito colateral'. Tem gente que quer tomar, então toma. A responsabilidade é sua. Para quem está bem fisicamente, não tem que ter muita preocupação. A preocupação é o idoso, quem tem doença", concluiu.